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O Círculo: Julio de Paula, Lilian Zaremba, Marco Scarassatti e Renata Roman

Exposición / Galeria Millan / Rua Fradique Coutinho, 1360/1430 / São Paulo, Sao Paulo, Brasil
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Cuándo:
12 jul de 2018 - 11 ago de 2018

Inauguración:
12 jul de 2018

Precio:
Entrada gratuita

Organizada por:
Galeria Millan

Artistas participantes:
Julio de Paula, Lilian Zaremba, Marco Scarassatti, Renata Roman

ENLACES OFICIALES
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Etiquetas
Arte latinoamericano  Arte latinoamericano en Sao Paulo  Arte sonoro  Arte sonoro en Sao Paulo  Instalación  Instalación en Sao Paulo  Video arte  Video arte en Sao Paulo 

       


Descripción de la Exposición

A mostra apresenta uma seleção atual de trabalhos voltados à arte sonora e à plástica sonora, entre instalações, esculturas, fotos e vídeo, produzidos por quatro artistas brasileiros que são referências em arte sonora: Lilian Zaremba, Julio de Paula, Marco Scarassatti e Renata Roman. Somos Pacha Julio de Paula, 2018 A boca da terra está aberta. O ciclo da vida se recria. Todos os tempos são um. Tudo está em correspondência e se complementa. A reciprocidade é um dever cósmico. O movimento é constante. A espiral infinita. Pacha é o mundo, é o cosmos. Espaço e tempo, unidade inseparável. O dicionário de Mitos e Lendas formulado pelo Equipo NAya adverte que o termo Pacha não foi entendido pelos espanhóis, que o abstraíram e o reduziram à ‘mãe terra’. O texto assinado pelo coletivo de antropólogos e arqueólogos independentes com base na Argentina diz: “Quando uma cultura tenta dominar outra, um dos elementos que utiliza é a imposição de sua língua. Assim, esvaziam-se de conteúdo aquelas palavras que comportam conceitos complexos e que não podem ser manejados pela cultura dominante ou conceitos que abarcam toda a filosofia de vida dos dominados. Isto ocorreu com a palavra Pacha, cujo significado é base para a cultura andina”. A instalação Somos Pacha parte de uma experiência ritual no marco do Trópico de Capricórnio, em Jujuy, no norte argentino, em que se compartilha a comida e a bebida com a terra por ocasião do solstício. Saudações ao mundo natural e palavras de benevolência integram a peça sonora difundida em quatro canais discretos. Falada em português e espanhol, conta com a participação de Inti Román, Delia Chavez e Héctor Romero, xamãs que trazem para o trabalho a presença dos povos originários, com as línguas Quechua, Mapuche e Aymara. Para escutar a peça, cada pessoa é convidada a entrar no círculo de pedras – quartzos, basalto, dolomita, escapolita, sodalita, cianita, e, entre outras, uma galena (pedra que funciona como receptáculo das ondas sonoras). Três conchas preguari completam o círculo, numa referência ao som do pututu, instrumento musical ancestral. Oferendas dispostas no chão integram mais três círculos: o primeiro, Despacho, contém sementes, raízes, farinhas e chás. Os produtos foram compilados em colaboração com assentamentos do MST – Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. Além de alimentos andinos da Kantuta, tradicional feira da comunidade boliviana em São Paulo. O segundo círculo, do Contentamento e da Alegria, traz pequenos copos de vidro com cachaça e confetes – também é fundamental compartilhar a festa. O terceiro, da Energia, contém folhas de coca, a planta sagrada do mundo andino. Um vídeo documental silencioso registra o momento da abertura da “boca” da terra, em gravação realizada no monólito de Huacalera, Argentina, durante o solstício de inverno de 2017. Cerimônia presidida pelo amauta Héctor Romero. Entre pesquisa de campo e finalização do trabalho, foram vivenciados exatos três solstícios, cujas memórias estão presentes na instalação por meio de galhos compilados na Ilha do Sol (Lago Titicaca, Bolívia, 2016), em Jujuy (Argentina, 2017) e na cidade de São Paulo (2018). Na região andina, a natureza (mãe) dá ordem e sentido ao universo e ao viver. Negar esta relação milenar, espiritual e integral é acabar com a base de vida dos povos ancestrais. Catherine Walsh, intelectual-militante de AbyaYala, em seu “Interculturalidade, Plurinacionalidade e Descolonização”, aponta para o eixo colonial que tratou de explorar e controlar a natureza e ressaltar o poder do indivíduo moderno civilizado, sem falar nos modelos de sociedade “moderna” e “racional” de raízes euro-americanas e cristãs. Desconstruir a divisão binária natureza-sociedade, descolonizar o individual e reviver o rito. Solstícios são momentos para pedir, agradecer, congregar e, sobretudo, se entender como parte de um todo. Eu sou a terra. A terra sou eu.


Imágenes de la Exposición
Julio de Paula - Somos Pacha (vista da instalação). Galeria Millan, 2018

Entrada actualizada el el 04 sep de 2018

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