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Norberto Nicola

Exposición / Bergamin & Gomide - [ESPACIO CERRADO] / Rua Oscar Freire, 379 lj 1 - Jardins / São Paulo, Sao Paulo, Brasil
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Cuándo:
23 jul de 2020 - 22 ago de 2020

Inauguración:
23 jul de 2020

Precio:
Entrada gratuita

Organizada por:
Gomide&Co

Artistas participantes:
Norberto Nicola

ENLACES OFICIALES
Web 

       


Descripción de la Exposición

Na terceira exposição do ano, entre os dias 23 de julho a 22 de agosto de 2020, a Bergamin & Gomide tem o prazer de apresentar “Norberto Nicola”, do artista homônimo que trouxe uma abordagem inédita à prática da tapeçaria no Brasil. Norberto Nicola (1930 – 2007) foi um artista inquieto e inventivo, dedicado ao seu ofício, utilizava um tear monumental na produção das obras. Seu encantamento pela tapeçaria fez com que se empenhasse em abrir os olhos do universo artístico brasileiro para a arte têxtil; foi o primeiro a expor um trabalho do gênero na VII Bienal Internacional de São Paulo em 1963, após enviar uma carta à diretoria pleiteando a presença da tapeçaria brasileira no programa da instituição. A exposição busca destacar a importância do conjunto da obra de Nicola para a arte brasileira. Serão exibidas raras obras como tapeçarias e pinturas, que compreendem o período de 1975 a 2002. Na tapeçaria Ciranda (2002), o aspecto lúdico fica evidenciado a partir do título da obra, cujo círculo formado no centro pelos volteios dos fios de lã nos remete à cantiga de roda infantil resultando na transposição da memória dessa imagem de modo poético. Em Xamã (1997), presta reverência ao sacerdote que em diversas sociedades tribais atua como interposto na comunicação entre o mundo dos vivos e dos espíritos. A obra alude às suas vestes: crina e lã desfiadas e misturadas assemelham-se à pele de um animal que poderia ser usada para cobrir o seu corpo nos rituais mágico-religiosos. Nesta obra, vemos a influência que o estudo realizado por Nicola sobre a arte plumária indígena exerceu sobre o seu trabalho, onde diversos elementos originários da cultura indígena foram absorvidos pela prática do artista. Ao se dedicar à arte milenar da tecelagem e buscar referências na natureza, Nicola criou uma identidade singular para sua obra e encontrou na tapeçaria tridimensional sua realização enquanto criador, como diz em seu manifesto: “A tapeçaria que busco afasta-se da ideia tradicional de uma representação plana. Criamos um objeto tecido. (...) A fibra e o tecido possuem um volume com qualidades próprias de tensão, elasticidade, comportamento, enfim, um lugar no espaço” Sobre o artista: Começou a frequentar o Atelier Abstração de Samson Flexor em 1954: além do ensino de técnicas de pintura, desenho e composição, o Atelier era um espaço onde circulavam diversos artistas, entre eles Lasar Segall e Tarsila do Amaral. Nesse período, viu tapeçarias que o entusiasmaram, como as de Le Corbusier e Regina Graz, e compartilhou o interesse em aprender tecelagem com seu amigo Jacques Douchez. Daí, viriam a fundar em 1959 o ateliê Douchez-Nicola, cuja primeira exposição de tapeçarias aconteceu na Galeria Sistina na Rua Augusta em 1961. Em 1969, lançou seu manifesto Formas Tecidas, quando concebe como “forma tecida” aquilo que o crítico Geraldo Ferraz chamou de “objeto-tapete” – obras tridimensionais que não se restringem à reprodução de contornos colados à parede – mas exercem expressividade a partir da sua própria matéria e estrutura, a fim de subverter a forma plana. Nicola foi idealizador e curador de inúmeras mostras e eventos, como a I Mostra de Tapeçaria Brasileira, em 1974, a Trienal de Tapeçaria, inaugurada em 1976, e o Centro Brasileiro de Tapeçaria Contemporânea, que presidiu na época de sua abertura, também em 1976. Fez parte de diversas exposições ao redor do mundo e suas obras pertencem a importantes coleções, como da Pinacoteca de São Paulo, MAM de São Paulo e Rio de Janeiro, Museu de Arte de São Francisco e Museu de Houston. Seu ateliê ficava dentro de sua casa no centro de São Paulo e ganhou fama por ser um espaço de encontros no meio artístico. O amigo e colecionador Adolpho Leirner conta que “Nicola era anfitrião como poucos. Recebia de modo elegante e despojado, muitas vezes no ensolarado jardim em estilo italiano que reunia muitas das formas e cores de sua sabedoria de pintor.” A casa representou uma espécie de extensão do seu corpo e mente – ao visitá-la é possível compreender o fascínio que Nicola tinha pelas coisas singelas que a humanidade já produziu.


Entrada actualizada el el 04 ene de 2021

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