Andar no deserto é uma sensação única: os pés afundam na areia, os passos são pesados, as pernas cedem ao cansaço, nós caímos e a viagem começa. Uma viagem de crescimento, a verdadeira viagem, na solidão, no nada aparente, olhando ao redor.
Essa é a essência do meu trabalho, uma viagem sem rumo que nunca terá fim. Apenas breves paragens para se ver os detalhes, fora e dentro de nós: uma duna, um naufrágio, o deserto líquido e o mar sólido... não importa.
O deserto sólido ou líquido é o lugar da meditação, da solidão consigo mesmo onde os universos se abrem.
O meu trabalho é lento, deve ser visto com calma, sentar em frente da tela e esperar que os rastros de um caminho diferente surjam a cada dia.
São camadas e mais camadas de esmaltes que tornam a superfície vibrante, não há pasta de cor mas sim o resultado da sobreposição e...o olho que compreende e percebe a sua profundidade.
O que parece é diferente para cada um de nós, a nossa vida completa o trabalho.
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Manuela Sedmach (1953, Trieste, Itália)
Manuela Sedmach nasceu em Trieste em 1953. Vive e trabalha entre Braga e Trieste, Itália.
Iniciou a sua pesquisa artistica nos anos 70 e participou em inumeras exposições em galerias e museus, desde então.
Em 1999 ganhou o prémio "Pollock-Krasner Foundation Grant", em Nova Iorque. Nas suas telas, a artista de Trieste costuma desenhar paisagens indefinidas envolvidas em nevoeiro. Sedmach cria mundos e pensamentos com apenas algumas marcas e cores procurando uma forma de liberdade interior da homologação, uma liberdade que pode ser expressa apenas com algumas marcas numa tela. As suas obras estão em importantes coleções públicas e privadas, incluindo o Museu Smak em Gent, na Bélgica.
Entrada actualizada el el 14 sep de 2021
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