Descripción de la Exposición
No mar não nascem flores. Mas nascem flores no mar que o Urbano pinta. E vemos o mar através das flores. Ou vemos as flores na substância do mar. E descobrimos que aquele é o mar do pintor e aquelas as suas flores. E as flores não estão ali para dizer quem são mas para dizer o que é o mar. E o mar espalha-se para dizer que não é nada sem aquelas flores. E as flores, impossíveis de identificar, são, de repente, todas as flores do mundo e todas as flores do mundo pertencem ao mar. E o mar sai da tela e materializa-se no ar como se quisesse dizer-nos que todos lhe pertencemos. Que a ele estamos presos pelas pequenas vibrações do desenho do perfil daquelas flores sem nome que oscilam à cadência das ondas. Que a origem da vida está no olhar aquelas flores que não podem nascer no mar mas que dele vieram. Por instantes toda a nossa vida, do nascimento à morte, está naquelas flores que não podem estar no mar. Mas, se no mar estão as lágrimas que derramamos, os sonhos que tivemos, os corpos que abraçamos, os raios de sol que, outrora, penetraram a nossa pele, então o perfil de todas essas flores pertencem ao mar.
No mar não nascem flores. Apenas todas as que recordamos.
Exposición. 10 mar de 2025 - 22 jun de 2025 / Museo Nacional del Prado / Madrid, España
Cambio de forma: Mito y metamorfosis en los dibujos romanos de José de Madrazo
Formación. 01 oct de 2024 - 04 abr de 2025 / PHotoEspaña / Madrid, España