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Nem tudo que reluz é ouro

Exposición / Galeria Kogan Amaro / Alameda Franca, 1054 – Jardim Paulista / São Paulo, Sao Paulo, Brasil
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Cuándo:
10 sep de 2020 - 17 oct de 2020

Inauguración:
10 sep de 2020

Precio:
Entrada gratuita

Organizada por:
Galeria Kogan Amaro

Artistas participantes:
Élle de Bernardini

ENLACES OFICIALES
Web 

       


Descripción de la Exposición

Em uma de suas mais célebres obras, produzida em 1985, a dançarina e coreógrafa alemã Pina Bausch (1940-2009) corre de encontro à parede levantada no palco e, na sequência, desmorona seu corpo no chão. A cena de Café Müller acontece por minutos consecutivos de forma sequencial em movimentos que destacam dois importantes pilares do trabalho da diretora do Tanztheater Wuppertal: a memória e a repetição. É por meio da segunda que é possível conter a primeira e revivê-la constantemente. Ao mesmo tempo, defende Bausch, é apenas após as repetições que também se pode mudar a percepção de um fato. Se, a princípio, a cena da peça continha apenas a bailarina encostando-se uma vez na parede, com o tempo, um trecho da apresentação torna-se esse eterno cair e levantar-se que, a cada vez, mostra-se diferente. A memória e a repetição também são a base da exposição de Élle de Bernardini na Galeria Kogan Amaro, da qual passa a fazer parte como artista representada. A mostra trata a artista como um corpo inteiro, pulsante e repleto dos dois elementos citados. Formada em balé clássico, e com Bausch como um de seus nortes, é a única transexual que se tem registro a ter sido aceita no Royal Academy of Dance de Londres, onde esteve durante os anos de 2011 e 2012. Na obra As marcas que carreguei, criada em 2013, ano em que Élle começa a se autodenominar artista visual e passa primeiramente a criar performances repletas de repetições, ela crava grandes pregos em suas sapatilhas de ponta. Se, por um lado, a entrada no corpo de baile feminino da mais importante escola de balé do Reino Unido foi um trunfo, por outro, logo no início de sua carreira ela percebeu que esse reconhecimento como mulher trans também faria com que seu destino nunca a levasse a alcançar o cargo de primeira bailarina, independentemente de sua técnica. A ambiguidade do que é de fato dor e alegria, beleza e horror, nos lembra os limites e a reincidência de ações que a performer sérvia Marina Abramovic realiza em sua produção e que também permeia a curta e prolífica trajetória da brasileira – em poucos anos, Élle já teve trabalhos expostos em importantes instituições do Brasil, como Masp, Pinacoteca de São Paulo e Museu de Arte do Rio/MAR. Seu trabalho aborda a intersecção entre questões de gênero, sexualidade, política e identidade com a história da humanidade e da arte a partir de sua própria experiência. O interesse pelos estudos acadêmicos, como filosofia, teatro e jornalismo, três dos quais ela cursou parcialmente, fazem com que a obra final tenha início a partir de conceitos, que transbordarão em direção aos materiais que mais se adequam aos temas escolhidos. Foi assim que chegou, por exemplo, em suas Formas contrassexuais (2019). A partir da obra Manifesto contrassexual, do filósofo espanhol Paul Preciado – que propõe um modelo social não binário no qual os indivíduos seriam compreendidos apenas como corpos ou sujeitos –, Élle cria peças que aludem a zonas erógenas do corpo, recombinadas e reproduzidas de maneiras não usuais. O início do desenvolvimento de tais formas é o fio-condutor de Paisagens contrasexuais, instalação formada por pequenas e delicadas telas produzidas em diferentes tecidos e sobreposições. A intimidade com o tecido, como uma membrana que se assemelha à pele humana, também a aproxima da produção da francesa Louise Bourgeois (1911-2010), que a partir desse material e de outros, busca resignificar a própria sexualidade do ser-humano como espécie. O próprio “Élle”, faz alusão a essa ambiguidade que habita nosso ser. A palavra, uma espécie de raiz de seu nome de batismo, coloca em cheque a língua portuguesa e a francesa e suas semelhanças e oposições na percepção do masculino e feminino. Como afirma o filósofo Maurice Merleau-Ponty (1908-1961), é somente pelo corpo que poderemos alcançar a comunhão entre o interior e o exterior que nos reside. E é justamente sobre esse virtuoso acasalamento que encontra-se o ser artista. Ana Carolina Ralston curadora


Entrada actualizada el el 30 nov de 2020

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