Descripción de la Exposición
Em sua vasta e polêmica produção, Nelson Leirner desafiava as percepções convencionais da arte ao reutilizar objetos e símbolos culturais, criando novas narrativas através da apropriação. Na série “Cada cosa en su sitio”, presente na exposição, Leirner se apropria de fotografias existentes e faz intervenções com peças de acrílico colorido e colantes, satirizando a cultura pop e capitalista americana.
Leirner, morto em 2020, utilizava a numeração “1999 + xx” para datar suas obras, refletindo uma visão pessoal de que “estava no lucro” por ter vivido tanto. Ele acreditava que tudo após 1999 era um bônus, uma brincadeira que estava em coerência com seu estilo ácido e satírico.
A série “Cartas a...” é conhecida pela apropriação de símbolos culturais e detalhes de obras icônicas, recontextualizando-os para criar novas narrativas e significados. Leirner faz uma crítica satírica ao meio artístico, questionando a originalidade, o valor e a veneração excessiva de obras consagradas, ao mesmo tempo que expõe as dinâmicas de poder e mercado no mundo da arte.
A série “Sotheby’s” é mais uma crítica contundente à mercantilização da produção artística. Leirner subverte a lógica das casas de leilão ao reproduzir obras famosas com elementos triviais e irônicos, questionando o valor atribuído às obras de arte e a influência do mercado sobre a criação e a produção artística.
NELSON LEIRNER
São Paulo, 1932 | Rio de Janeiro, 2020
Nelson Leirner é um artista multimídia conhecido por sua postura crítica e intervenções em objetos pré-existentes. Estudou engenharia têxtil no Lowell Technological Institute, teve aulas de pintura com Juan Ponc e frequentou o Ateliê Abstração de Samson Flexor. Em 1966, junto com Wesley Duke Lee, Geraldo de Barros, José Resende, Carlos Fajardo e Frederico Nasser, fundou o grupo Rex, que criticava a institucionalização da arte. Sua primeira exposição individual foi em 1961, posteriormente participou de importantes mostras como a Bienal de São Paulo, a Nova Objetividade Brasileira e a 48ª Bienal de Veneza, entre outras.
Em 1975, Leirner tornou-se professor na Faculdade Armando Álvares Penteado (Faap), lecionando até 1996, quando se mudou para o Rio de Janeiro e passou a dar aulas na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Desde o início de sua carreira, ele explorou a crítica ao sistema da arte contemporânea, tanto em trabalhos individuais quanto com o grupo Rex, sendo considerado um artista polêmico. Exemplos notáveis incluem “O Porco” (1967) e “O Preço da Arte” (2012).
A apropriação é uma marca registrada de Leirner. Obras como “New York, New York” (2009), inspirada em Mondrian, e “Eu e Manet” (2011), que combina imagens de insetos com uma reprodução da pintura “Le Déjeuner sur l’herbe”, exemplificam essa característica. Rafael Vogt Maia Rosa observa que a biografia de Leirner se confunde com lendas pessoais, criando um contexto poético que permeia sua carreira. Sua atuação como professor, seus happenings e depoimentos contribuem para um percurso extraordinário de realizações e questionamentos sobre a arte.
É representado pela Galeria Silvia Cintra + Box 4 e Bolsa de Arte.
Exposición. 19 nov de 2024 - 02 mar de 2025 / Museo Nacional del Prado / Madrid, España
Formación. 23 nov de 2024 - 29 nov de 2024 / Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía (MNCARS) / Madrid, España