Descripción de la Exposición A exposição traz novo registro da excelência artística da artista plástica, caracterizada pela combinação entre um rigor quase científico e um olhar militante e apaixonado no retrato da fauna e da flora brasileiras. Desta vez, Angela optou por enfatizar os quadros de baleias, golfinhos, tucuxis, toninhas, uiaras e outros cetáceos que habitam as águas (mares e rios) do país, bem como de outras nações e continentes. Ela explica que todas as espécies retratadas na exposição se situam em algum grau de ameaça, sendo que algumas se encontram criticamente ameaçadas, pois foram caçadas quase até a extinção. A artista acrescenta que, nas décadas de 1980 e 90, o Brasil teve papel crucial no combate à caça das baleias e que, atualmente, 'na surdina, caçadores de baleia tramam o retorno colossal da caça, insistindo em argumentos como o da crise financeira e o do crescimento populacional de alguns grupos localizados'. Decorre dessa conjuntura - e da busca por sensibilizar seus conterrâneos - a escolha temática da nova mostra. O visitante será convidado a navegar por 18 xilogravuras, relacionadas sobretudo a trabalhos recentes, mas também representativas de suas quatro décadas de carreira. O conjunto inclui dois trabalhos inéditos. No mesmo dia 14, a Gravura Brasileira inaugura a exposição Bem-Casados, em que o curador Hugo Fortes agrupará em pares artistas dos Estados Unidos, do Chile e do Brasil a partir das relações de suas poéticas. Ambas as mostras permanecerão abertas à visitação até 15 de setembro. Trajetória Nascida em 1950 no Rio de Janeiro, Angela se dedica desde 1968 à arte em estreita ligação com o meio ambiente. Participou de cerca de 200 salões e exposições nacionais e internacionais e recebeu prêmios no país e no exterior. A militância também se dá por meio de palestras, oficinas, artigos e entrevistas em defesa da fauna e da flora. Seu trabalho pode ser conhecido na página www.angelaleite.com.br. 'Maravilhosamente adaptadas à vida aquática, como um produto extraordinário da evolução orgânica, todas grandes e algumas imensas, as baleias por séculos foram vítimas da ganância humana e várias delas levadas ao limiar da extinção total', registra Ibsen de Gusmão Câmara, um dos maiores especialistas em cetáceos do Brasil, pioneiro na defesa da vida marinha no país. 'A artista plástica Angela Leite há décadas estuda-as com minúcia e dedica-se a divulgá-las e protegê-las através de sua arte insuperável.' O jornalista ambiental Washington Novaes destaca que 'Angela Leite é apaixonada pela natureza - tudo que está vivo na água, no ar, na terra. Por isso, com seu olhar agudo e seu entalhe privilegiado, vai perpetuando na madeira e no papel todas essas formas vivas, em todos os ambientes - tal como faz agora com as baleias'. Para Novaes, 'É um privilégio sermos seus contemporâneos e termos diante de nós sua obra'. Ao longo da carreira, Angela Leite trabalhou sobretudo com a gravura em madeira. Realizou também diversos desenhos com lápis de cor e com nanquim. A artista recorre a pesquisadores e à literatura especializada, além de se dedicar à exaustiva observação dos animais em seu hábitat ou em cativeiro. Os cetáceos marcam sua obra especialmente a partir da década de 1980, quando a defesa da vida dos grandes mamíferos marinhos torna-se um dos pilares do seu trabalho. Obra na internet As quase 200 gravuras e desenhos de Angela Leite estão disponíveis para visualização no seu site. Ali também estão depoimentos e resenhas de Ibsen de Gusmão Câmara, Álvaro Machado, Carlos Von Schmidt, Antonio Carlos Abdalla e Aloysio Biondi, entre outros. A artista exibiu seus trabalhos em mostra individual na Embaixada Brasileira em Washington, EUA, em 1991, e mereceu uma sala especial no Dronninglund Kunstcenter, na Dinamarca, em 1990. Também recebeu nove premiações no circuito nacional e o R.H.J. Hintelmann Kunstpreis de 1997, no Museu da Coleção Zoológica de Munique, Alemanha. Em 1992, realizou exposição dentro da programação paralela à ECO-92. Ao longo da carreira, participou de dez mostras de abordagem ecológica e expôs suas criações em 18 individuais. Angela colaborou com textos e análises de temática ambiental em jornais, revistas e programas televisivos. Desenvolve atividades de sensibilização às questões da natureza com escolas públicas e particulares. Realizou diversas parcerias com instituições e empresas em iniciativas conservacionistas ou de enfoque ambiental. Também participa e promove doações a campanhas de entidades como a União em Defesa da Natureza e a Rede Nacional Pró-Unidades de Conservação. É membro-fundador e presidiu a União em Defesa das Baleias.