Descripción de la Exposición
"mundo do meio" volta no tempo para resgatar investigações iniciais do artista visual Caio Reisewitz em torno da arquitetura, posicionando-as na atualidade a partir de contextos sociais e políticos do Brasil. Desde o início dos anos 2000, o assunto tem sido o grande objeto de pesquisa do artista, principalmente no que tange o Modernismo no Brasil como representante da cultura e expressão de um povo, de uma época. Uma das bases de sua pesquisa trata da estética que envolve os espaços de poder, bem como seus múltiplos discursos dentro das artes visuais.
Sendo assim, a exposição estabelece uma simbiose entre os aspectos formalistas da arquitetura modernista, sua história e agentes envolvidos, por meio do projeto de Rino Levi, e as questões que envolvem a polarização no Brasil, desde a divergência social extremista em torno de ideologias políticas até o desmonte dos aparelhos públicos e suas consequências para o meio ambiente brasileiro. A lâmina de vidro, representada aqui pela parede de vidro que separa a sala da antiga residência Castor Delgado e o jardim de Roberto Burle Marx, serve de metáfora para o "mundo do meio" de Caio Reisewitz. O vidro sempre representou um elemento importante dentro do conceito modernista por permitir o diálogo entre os ambientes projetados, principalmente para o clima e ambiente brasileiros. Ao mesmo tempo que esse vidro divide e bloqueia, ele também aproxima e une. Na exposição, essa divisão dilui-se com a instalação site specific do artista, que carrega o jardim para dentro da casa e como também nos lembra da potência da natureza.
No espaço anexo, a instalação "Mundo do Meio" (2023) ocupa a parede principal. A obra faz parte de uma série de colagens de grande dimensão, cujas primeiras foram apresentadas na Bienal de Sydney (2022), assim como em Guangzhou, Chengdu, Medelin e Paris, no Grand Palais. A obra foi realizada a partir da combinação de imagens recentes do artista, como por exemplo da Praça dos Cristais, projeto paisagístico realizado por Burle Marx para o Quartel General do Exército de Brasília, local onde se deu a concentração para a Intentona de 8 de janeiro de 2023, e outras imagens do seu banco de pesquisa, como balsas de garimpeiros, propagandas do agronegócio e florestas intactas. Na mesma sala, também é apresentado outros trabalhos inéditos com sobreposição de imagens, numa metáfora para os desastres naturais e o descaso ambiental.
Dez anos atrás, Caio Reisewitz realizou a série "Altamira" (2013), onde documentou a região da floresta de Belo Monte (Pará), delimitada pelo Rio Xingu, e que desapareceu com a construção da hidrelétrica de Belo Monte, criando um paradoxo onde a exuberância da região intocada das imagens ficasse apenas na memória por conta da ação do homem. A série foi revisitada pelo artista em 2018, depois da tomada das águas. A exposição também reúne documentos, imagens e anotações utilizadas pelo artista para suas pesquisas.
Premio. 27 ene de 2025 - 10 mar de 2025 / Vitoria-Gasteiz, Álava, España
Formación. 01 oct de 2024 - 04 abr de 2025 / PHotoEspaña / Madrid, España