Descripción de la Exposición
Modelos de Mundos
Em uma imersão de uma semana na Gare Cultural, tendo como catalisadora a artista Corina Ishikura, um grupo de artistas teve a vivência de encontros com trocas, leituras e exercícios variados, expondo agora suas produções mais recentes.
Agrupados em diálogos pertinentes, dúvidas necessárias, formas e cores complementares ou discrepantes, assim como a vida é, modelos de mundos se conectam, reagindo às provocações do dia.
Com pesquisas poéticas variadas e suportes como pinturas, desenhos, objetos, fotografias, gravuras e novas mídias, temos gerações e procedências diversificadas, tudo misturado entre convergências contemporâneas, onde o discurso de cada um ganha força e coesão.
Assim procuramos reunir questões éticas, formas orgânicas, observações e invenções para mundos que por ventura possam vir a existir para o bem ou para o mal. Ruídos e silêncios, construções e desmoronamentos.
Recortes de um tempo que não para de se reinventar. Fragmentos da memória, observações de conflitos e esperanças também. A vida na berlinda.
Para resumir as narrativas, pedi a cada um dos artistas uma palavra para definir suas obras. Assim sendo:
Corpo de Arlette Kalaigian: o acolhimento do corpo através da sensualidade das formas e na sobreposição de tons e cores. Pinturas e esculturas com sugestões corpóreas.
Desejo de Caio Borges: estruturas de mundos surreais explodindo em cores e formas sensuais, com pinceladas da pop art. Cenas e personagens construídas livres do pré-estabelecido.
Desconfigurar de Charles Cunha: o recurso de filtros e dispositivos eletrônicos para encontrar uma nova visualidade humana, especialmente para o autorretrato. Na tela eletrônica ou algodão, hibridismo e desfiguração.
Adeus de Claudia Briza: o incômodo do fim do mundo na reinterpretação das matérias e nas paisagens sugeridas. Pelúcia e madeira bruta viram suportes para expor o apocalipse.
In[h]umano de Corina Ishikura: mundos imaginários, reais e fantásticos, conectados no orgânico. Como se das profundezas do oceano, comunidades integradas para uma dança espontânea.
Ruínas de Heloisa Lodder: do pó e de vestígios urbanos, a reinvenção da memória em fragmentos e utilitários da arquitetura. Apropriando-se dos restos, elabora-se novas e sólidas estruturas.
Conexões de Jussara Marangoni: a ideia de um mundo mais abstrato interligado, chegando em fragmentos de imagens orgânicas. Pinturas e gravuras delicadas sugerindo a poesia.
Silêncio de Marcia Gadioli: a documentação fotográfica como uma pausa necessária para escutar os vazios, recortando as sutilezas do preto e branco. Detalhes do espaço expositivo como protagonistas da cena.
Coadjuvante de Paulo Pinheiro: as linhas do desenho ganham tridimensionalidade e percursos de equilíbrio com materiais usados para o suporte da técnica. Fitas adesivas transformadas em engrenagem de paredes.
Reminiscências de Rosa Grizzo: as lembranças têxteis e afetivas em tecidos e papéis delicados. Agulhas e linhas costurando e recriando memórias guardadas. Branco e vermelho do universo feminino.
Conexão de Tuca Estefânia: o sol como memória diária, reproduzindo afeto e conexões íntimas e anônimas. O sistema tradicional de envio postal para alcançar as saudades.
Isto posto, concluímos que a arte também pode ser acolhimento para tempos distópicos. Encontrem seus pares, inventem seus mundos.
Renato De Cara
Julho de 2022
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