Descripción de la Exposición 'À primeira vista, os modelos de Ricardo Alcaide seguem à risca o mandamento modernista, que pressupõe que o projeto de arquitetura permaneça programaticamente impermeável às peculiaridades do lugar. Mas, na verdade, o artista se apropria do vocabulário da arquitetura modernista para apontar para as falhas e as precariedades do próprio projeto moderno, isto é, para tudo o que rodeia os edifícios, para o contexto do qual eles não podem se livrar. A escolha de materiais simples e baratos para os modelos responde evidentemente ao desejo de desmascarar essa idiossincrasia, da mesma forma como a tentativa de construir, ou conceber, um lugar para se esconder (título de uma exposição recente do artista), acabava por enfatizar, antes de mais nada, a premente necessidade desse lugar. Nos vídeos da série Restituição, os modelos modernistas são amassados e desamassados, como a explorar sem solução de continuidade os dois pólos da relação profundamente ambígua com esse movimento tão presente no imaginário latino-americano. E a instalação que fecha o percurso desta exposição constitui o desdobramento mais recente e claro dessas pesquisas: gavetas seccionadas, estantes partidas, pedaços de tampos de mesas e outros fragmentos quase irreconhecíveis de domesticidade confluem nessas pequenas torres de Babel, congérie de estilos, materiais e classes sociais uniformadas pelo corte da serra. As construções resultantes lembram, de certa maneira, os tapumes improvisados que por vezes fecham os canteiros de obras, mas conseguem uma precisão que remete também aos edifícios que, algum dia, irão emergir (ou já emergiram) daqueles mesmos canteiros. Ou seja, mesmo que de maneira sublimada, Ricardo Alcaide continua explorando a frágil fronteira que separa a precariedade da solidez, a pobreza da riqueza, o que nos protege do que nos ameaça.' Jacopo Crivelli Visconti Ricardo Alcaide nasceu em 1967 em Caracas, Venezuela. Atualmente vive e trabalha em São Paulo, Brasil. Entre o poético e o político, suas justaposições de imagens e objetos questionam a maneira como as pessoas lidam com a exclusão social e econômica em ambientes diferentes. Seu trabalho aponta para a dívida, muitas vezes não reconhecida, do Movimento Moderno Latino-Americano para com a arquitetura vernácula. Sua serie de pinturas 'A Place to Hide', baseada em fotos de estruturas temporárias construídas por moradores de rua, questiona a própria noção do abrigo. Exposições recentes incluem: Prototipo Vernacular, Espacio Oficina #1, Caracas, Venezuela (2012); Optimismo Radical, Josee Bienvenu Gallery, Nova Iorque (2012); Lejos De Casa, curada por Virginia Torrente, Galeria MasArt, Barcelona, Espanha (2012); Solo Project, com curadoria de Pablo Leon de la Barra, Pinta Art Fair, Londres (2011); A Place To Hide, Galeria Baró, São Paulo (2011); HorizonteVasado, Instituto Cervantes, São Paulo (2010).
Formación. 01 oct de 2024 - 04 abr de 2025 / PHotoEspaña / Madrid, España