Descripción de la Exposición
METAMORFOSES – Os rios transbordam e desabam
Entre pinturas, bordados e um grande mosaico composto por fragmentos de diferentes tipos de pedras, a exposição Metamorfoses reúne maioritariamente novas obras, que são apresentadas e que dialogam com algumas outras mais antigas.
O denominador comum é o tema arcaico, e quão contemporâneo, do(s) transformismo(s). Das formas mudadas, da fluidez dos géneros, dos estados e das matérias. Apesar de delineadas em aparência as coisas tomam corpo noutros corpos e noutras coisas, tornam-se aparições. Nada permanece, tudo está em permanente devir.
É um grande canto coral que reúne as vozes, as memórias e as cosmologias dos vivos e dos mortos, dos deuses, das mulheres e dos homens, dos animais, das plantas e das pedras. Uma convocação, um encontro que atravessa os tempos e os lugares.
Apesar de convocar seres de todas as naturezas, criações e géneros, a exposição Metamorfoses declina-se, ou tem origem, no feminino. Evoca as mulheres como tecelãs de mitos, guardadoras e transmissoras das histórias originais, dos segredos do passado. O passado como mapa, como conjunto de linhas e de marcas. Como desenho. Lineamenta.
Escutar é já desenhar. Imaginar, a faculdade, a liberdade livre de criar imagens. No espaço giratório do salão da Sociedade Nacional de Belas Artes acedemos a um espaço evocativo de uma Domus Romana. Aí, livres de paredes, circulamos entre imagens — pintadas, bordadas, montadas — e imaginários. Alfabetos de formas mudadas, de árvores e arbustos, de aves e de rios, de deuses e de humanos.
Os tempos confundem-se, misturam-se. Aqui tudo é híbrido e impuro. O contemporâneo é o antigo e o antigo o contemporâneo. Precisamos de reaprender a contar histórias, de reaprender a ouvir. A ouvir as imagens, também. Estar com os outros, sonhar o nosso destino colectivo. De mudar.
Nuno Faria
Exposición. 31 oct de 2024 - 09 feb de 2025 / Artium - Centro Museo Vasco de Arte Contemporáneo / Vitoria-Gasteiz, Álava, España