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Maputo: Utopia: Archadia

Exposición / Plataforma Revólver / Rua da Boavista 84 / Lisboa, Portugal
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Cuándo:
29 sep de 2011 - 10 nov de 2011

Inauguración:
29 sep de 2011

Organizada por:
Plataforma Revólver — Independent Art Space

Artistas participantes:
Berry Bickle

ENLACES OFICIALES
Web 

       


Descripción de la Exposición

A África urbana é território desconhecido para a maioria dos Europeus. A mitologia colonial torna quase impossível, sequer, começar a pensar em África sem preconceitos ou clichés, sejam eles os relacionados com safaris, deserto e Idade da pedra exótica ou a pobreza generalizada, a privação e os conflitos civis popularizados pelos meios de comunicação e pelas campanhas de ONGs para salvar África dela própria. No meio de toda esta saturação de urgente informação, a realidade de uma cultura urbana dinâmica na qual se vive, está perdida. A cor, a música e a alegria de viver, que são a verdadeira natureza de África, continua lá e deverá ser dada a conhecer ao mundo. Numa altura em que a Europa se encontra numa encruzilhada cultural, política e económica, uma parte da sua busca espiritual deve abraçar a sua identidade histórica, a qual não é possível sem o reconhecimento e valorização da 'Não-Europa', no sentido histórico e contemporâneo. A ligação de Portugal a Moçambique e o seu papel único como porta da Europa para África, fazem de Portugal o local perfeito para encenar e construir pontes para esta importante e necessária reaproximação. Maputo: Utopia: Archadia reúne duas grandes instalações de vídeo de Barry Bickle, Maputo Utopia e Maputo Archadia. Frente a frente, as duas cenas permitem aos espectadores entrar num microcosmos da vitalidade urbana de Maputo de uma forma dinâmica e interactiva -com todas as distracções e a novidade que atrai um visitante a um lugar. Ao mesmo tempo, o diálogo entre os dois ecrãs, narra uma história que é mais complexa, mostrando o crescimento de uma cidade através e para além de uma história cultural dividida e conflituosa, assim como as mitologias e as tradições que contam as realidades quotidianas. Bickle, introduz o corpo humano para preencher, humanizar e oferecer Maputo. A cidade torna-se ao mesmo tempo palco e figurino num fluxo de temas povoados de energia e vestígios de história colonial. O movimento do corpo através da cidade é igualmente uma metáfora para o nomadismo histórico, o qual moldou e continua a moldar as identidades das pessoas da região. Tendo escolhido Maputo e tornando-a sua casa, Bickle, foca os seus principais trabalhos na cidade, sendo esta ao mesmo tempo um ponto de exploração e compromisso e, uma relação entre o indivíduo e um local- no sentido físico, no sentido espiritual, no sentido cultural e no sentido político. Enquanto as cidades actuam frequentemente para diluir ou absorver as personalidades dos seus cidadãos, para se tornarem numa inconfundível amálgama, no trabalho de Bickle, é o indivíduo que reclama o espaço da cidade e o protagonismo como actor, que cria a história, a política, o património e o espírito da sociedade. No final, é o drama pessoal na história que importa. A história de migração pessoal de Bickle, juntamente com a migração e compreensão do seu impacto traumático, nas pessoas e locais, impregna o seu trabalho de uma subcorrente subtil e potente. Bickle, nasceu em Bulawayo (Zimbabué), a sul do vizinho Moçambique: mudou a sua vida em vários momentos -ditados por mudanças pessoais e históricas- África do Sul, Europa e Moçambique.  A sua biografia, tal como a de muitos artistas hoje em dia, é precursora de novas identidades nómadas, primórdios de histórias e culturas. Pela sua natureza, o artista ocupa uma posição privilegiada, a de ser ao mesmo tempo insider e outsider  à sociedade e às pessoas no meio das quais se encontra. Em Maputo: Utopia: Archadia faz desta dualidade uma potente polifonia visual.


Entrada actualizada el el 26 may de 2016

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