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LUZ INSTANTÂNEA - FOTOGRAFIAS, ITINERÁRIOS E SAUDADES DE ANDREI TARKOVSKY

Exposición / Centro Cultural de Belém - CCB - Fundação CCB / Praça do Império, / Lisboa, Portugal
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Cuándo:
07 nov de 2011 - 04 dic de 2011

Inauguración:
07 nov de 2011

Comisariada por:
Alberto Ruiz de Samaniego, José Manuel Mouriño Lorenzo

Organizada por:
Centro Cultural de Belém - CCB - Fundação CCB

ENLACES OFICIALES
Web 
Etiquetas
Fotografía  Fotografía en Lisboa 

       


Descripción de la Exposición

Comissários José Manuel Mouriño e Alberto Ruiz de Samaniego.

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No dia 14 de agosto de 1979, quando se encontrava em Itália a rodar o documentário para a RAI intitulado Tempo di viaggio, Tarkovsky escreveu no seu diário: 'Telefonámos a Tovoli para lhe pedir que me compre uma polaroide. Quero fazer uns instantâneos. [...] Gostava de tirar umas fotografias da minha janela em diferentes momentos do dia. A paisagem matutina, logo ao amanhecer...'1 Esta sugestão poderia perfeitamente ser confundida com o conhecido exercício de recolha de impressões monetiano, mas, na prática, aquilo queTarkovsky realmente fez com a câmara que pediu a Luciano Tovoli2 foi perseguir a luz de outra forma. A série de fotografias que começa com enquadramentos feitos a partir da janela transforma-se num percurso em que, numa espécie de travelling, se regista a chegada da luz vinda da paisagem ao interior do quarto. Acompanha-se a luz, no seu lento movimento, ao longo dos caixilhos e do peitoril da janela3, depois pelos ladrilhos do quarto e pelas folhas e objetos abandonados ao acaso; pelo mobiliário, subindo por uma imagem da Madonna de Vladimir antes de pousar sobre a mesa ou no sítio onde Tarkovsky abandonou por um momento o pequeno-almoço para obter mais um instantâneo: a luz percorrendo a jarra de flores, o pão, a água turva, a fruta no prato. É um travelling mitigado, como aqueles que encontramos nos seus filmes, que depois continua pelas garrafas e as ténues cortinas da casa abandonada, pelo gato que dorme enroscado numa almofada, por Tonino Guerra, que escreve ou medita na igreja de Bagno Vignoni...O travelling leva-nos, por fim, a um autorretrato do próprio Tarkovsky banhado por essa mesma luz, perseguida, sentado junto à cama.Está de pijama e quase parece um menino (à espera). Está ao fundo, frente ao espelho. Recuperado de entre as sombras que o rodeiam, segura a câmara enquanto (nos) olha a partir desse mesmo fundo, tirando a última fotografia deste lento movimento de câmara.Um menino que (se) descobre, então, concebendo um lugar para a ausência, pondo em jogo, através da insistência nos vazios e nas penumbras, a experiência privada de uma dialética fundamental, a da elaboração e reflexão constantemente contornada e modulada da conivência entre o ver e o perder ? jogo que remete, seguramente, para o espaço natal da mãe e da casa ausentes. Nessa margem, permanecem também os dois principais blocos que constituem a exposição: os instantâneos italianos que documentam um exercício cinematográfico (exercício que, na realidade, é algo mais, um sinal, um sintoma, uma premonição...) e os 'contactos' arrebatadores da paisagem russa, algo que paulatinamente se evola da bruma matinal em Miasnoe, como se se soubesse já nesse momento espetroe não apenas fotografia.Toda a série de Luz instantânea revela continuamente a nostalgia dessa morada perdida: a terra abriu-se e, nesse momento crítico que é, simultaneamente, um abrasamento momentâneo de luz, o indizível revela-se poeticamente como aquilo que quebra o próprio discurso, impondo o silêncio tenso da aura. Benjamin tinha razão: só remata a obra aquele que em primeiro lugar a quebra, dela fazendo uma obra despedaçada, fragmento do verdadeiro mundo, resquício de um símbolo4. As polaroides são então fragmentos, resíduos, pálidas moradas de paraísos revelados instantaneamente: o próprio facto de ser fotografia duplica o sentido de vestígio. Se a aura é a aparição de uma lonjura, por mais próxima que esta seja, este carácter súbito da polaroide leva a que nela se imponha duplamente a aura, se possível, na medida em que o próprio processo de geração da imagem permanece quasecomo um segredo milagroso, algo inatingível, semelhante ao fascínio pelas imagens que o passado faz irradiar em aura. Imagens que parecem, como testemunha o forte exemplo de Verónica, objetos concebidos para que se acredite não terem sido realizados por mãos humanas.



Entrada actualizada el el 26 may de 2016

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