Descripción de la Exposición
O que me dirige quando observo as fotos de Luiz Braga? Em primeiro lugar, o tratamento que o fotógrafo dá à luz: o que marca seu trabalho, me parece, é a maneira como ele constrói suas imagens pelo contraste (ora sutil, ora marcado) entre a luz artificial e a luz natural, fato que faz gerar uma gama de cores capaz de causar naquele que observa suas imagens, uma sensação de familiaridade e estranhamento. Isso porque é nessa operação que Braga desnaturaliza a “verdade” fotográfica, é quando denuncia sua dimensão artificial.
Há anos o artista aprofunda essa indagação sobre a imagem fotográfica, enfatizando sua construção postiça. Num primeiro momento são notáveis seus esforços nesse sentido, a partir da realização de recortes drásticos nos objetos a serem fotografados, reduzindo-os a formas “puras” e descontextualizadas que enfatizam a lógica interior do enquadramento escolhido, dele retirando os elementos mais notórios do seu tempo e lugar. Camburões coloridos, 1976, é exemplar neste sentido. Ali, o que rege a autenticidade da imagem não é seu contexto: não importa se ela foi feita em Belém do Pará ou em Belém, na Palestina, pois o que conta, no resultado final, é a coerência interna das formas em relação à luz e às cores. Foi produzida em Belém do Pará? Isso é um detalhe “extraquadro”, uma curiosidade para quem gosta de tecer narrativas em volta das imagens.
Exposición. 19 nov de 2024 - 02 mar de 2025 / Museo Nacional del Prado / Madrid, España
Formación. 23 nov de 2024 - 29 nov de 2024 / Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía (MNCARS) / Madrid, España