Descripción de la Exposición
As comemorações do 822º aniversário da Cidade da Guarda têm início na próxima quarta-feira, dia 24 de novembro, com a inauguração da Exposição ‘Le Couple’ com obras da Coleção da Fundação Arpad Szenes – Vieira da Silva ‘, às 18h00, no Museu da Guarda. Trata-se de uma exposição acompanhada dos objetos tridimensionais do projeto ‘Museu Para Todos’, que conta com uma seleção de 60 obras da Fundação Arpad Szenes – Vieira da Silva. Esta exposição, que ficará patente no Museu da Guarda até 28 de janeiro de 2022, é homenagem ao percurso dos dois artistas: o pintor de origem húngara Arpad Szenes e a sua esposa, Maria Helena Vieira da Silva.
Sobre esta dupla de artistas:
Arpad Szenes nasce em Budapeste, Hungria, em 1897. Maria Helena Vieira da Silva nasce em Lisboa, Portugal, em 1908. Filhos únicos de famílias da alta burguesia, rapidamente se envolveram no panorama cosmopolita, intelectual e artístico dos seus países. Em 1918, Arpad, que mostrava talento para o desenho desde a infância, frequenta a Budapest Free Academy, sob a orientação de Rippl Ronaï. Depois de percorrer as capitais artísticas europeias, fixa-se em Paris, em 1925. Vieira da Silva estuda desenho, pintura e escultura em Lisboa e parte para Paris, em 1928. Frequenta aulas de escultura na Academia Grande Chaumière onde, em 1929, conhece Arpad Szenes, com quem se casa em 1930. Vieira da Silva perde a nacionalidade portuguesa e, não tendo regressado no mesmo ano à Hungria, o casal fica apátrida. Em 1931, os dois artistas iniciam-se na gravura no Hayter’s Atelier 17, onde conhecem pintores surrealistas. Vieira da Silva, que há muito explorava os temas do espaço e da profundidade, conhece, em 1932, a galerista Jeanne Bucher, que organiza a sua primeira exposição individual. Em Portugal, na Galeria UP, em 1935, a convite do artista surrealista António Pedro, realiza uma exposição conjunta com Arpad Szenes, no seu atelier Amoreiras.
Em 1939, os acontecimentos da 2ª Guerra Mundial trazem o casal para Lisboa, onde solicitam a nacionalidade portuguesa, que lhes é recusada. Na sequência desta decisão partem para o Brasil, em 1940. Neste país, Szenes organiza oficinas de pintura para jovens artistas e trabalha para diversos jornais. Vieira da Silva promove algumas exposições no Brasil e, em 1946, Jeanne Bucher organiza, em Nova York, a sua primeira mostra individual. No ano seguinte, o casal volta a Paris. Durante a década de 1950, Vieira da Silva apresenta numerosas exposições importantes em França e no estrangeiro e a sua pintura conquista um lugar de destaque no meio artístico. Em 1956, Vieira da Silva e Szenes tornam-se cidadãos franceses e durante a década de 1960, o Estado francês compra várias das suas obras.
Vieira da Silva recebe vários prémios internacionais e, a partir de 1958, realizam-se retrospetivas da sua obra por toda a Europa. No final de uma sucessão de ciclos evolutivos na pintura de Arpad Szenes, o artista concentra-se em impressões de luz e explorações atmosféricas criando uma série de pinturas em formatos estreitos que exibem uma delicadeza espacial de influência japonesa. A partir de 1970, várias retrospetivas de ambos os artistas são apresentadas em França e em Portugal (Fundação Calouste Gulbenkian). Em 1983, o Metro de Lisboa convida Vieira da Silva para decorar a estação Cidade Universitária. Dois anos depois, Arpad morre em Paris. Em 1990, é criada em Lisboa a Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva, mas Vieira da Silva viria a falecer dois anos depois, sem testemunhar a inauguração do seu Museu, em 1994.
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