Descripción de la Exposición
Pinturas em tecido de algodão com tintas naturais – vegetais e minerais – é o que figura no ciel du spermatozoÏde. O duplo sexo das plantas e triângulos tortos meditativos a intersectarem-se. O título vem de um poema de Henri Michaux e o que daí releva é o trema no I que lembra uma árvore estilizada ou proto signo a significar forma vegetal. Estas pinturas foram feitas na India durante as monções, em Ahmedabad e Bagru, Gujarat e Rajastão, onde aprendi que a cor é matéria viva e se transforma até se fixar nas fibras, ainda agora transformando-se porque responde ao sol e à sombra e às variações das nossas luzes pouco subtis. A matéria viva da cor vem dos vegetais e minerais disponíveis na flora local e nos desperdícios de ferro das fábricas circundantes. O algodão sendo uma fibra vegetal e, por isso mesmo, de carga neutra, precisa de um mordente para fixar a cor vegetal. O mordente é, na maior parte das vezes, de origem mineral. As formas são desenhadas com uma cana de bambu afiada – kalam – e preenchidas com pincéis de bambu. Quem me ensinou a fazer as cores foi uma família de pintores – Chitara – de kalamkari onde figuram as deusas do Gujarat. Estes pintores chamam-se Mata ni Pachedi que quer dizer behind the Goddess.
(Francisca Carvalho, Janeiro 2020)
Exposición. 31 oct de 2024 - 09 feb de 2025 / Artium - Centro Museo Vasco de Arte Contemporáneo / Vitoria-Gasteiz, Álava, España