Ao observar como o Homem lida com o esquecimento, analisando seus vários aspectos, principalmente, sua dupla face - da técnica em vencê-lo e da crítica feita em querer vencê-lo, percebe-se a necessidade de combatê-lo e, ao mesmo tempo, contar com ele. Partindo deste ponto e da dinâmica cotidiana executada nas profundezas da mente, Ananda Kuhn volta-se para seu próprio mecanismo de memorização, devido à obscuridade com que ele acontece. Para a artista, este processo se desenvolve em partes afastadas o suficiente para que a informação não tenha continuidade, se dá aos saltos, entre abismos. São estes vazios que ela tenta resgatar através de seu trabalho artístico. Criar a conexão entre as memórias que lhe são claras e carregam informações significantes, para então, descobrir e dar forma às ausentes. Vindas do inconsciente e pautadas em imagens fotográficas, as obras de Ananda beiram o sonho e a realidade. Dissonância que se traduz...pelas diferentes técnicas utilizadas em cada composição e que se materializam entre o legível e o ilegível, a forma e o disforme, a figuração e a desfiguração.
Para a atual exposição a artista foi em busca de seus devaneios memográficos desde a infância, no interior do Rio Grande do Sul, até o atual momento, no Rio de Janeiro, percorrendo diferentes lugares e situações. Densa pesquisa introspectiva que foi então intitulada KOMPLEX, a partir de uma leitura de Kandinsky. O termo alemão que significa combinação resume a totalidade de sua produção, pois abrange desde a concepção - que é quase uma regressão, até a execução - enérgica sobreposição e justaposição imagética, e que consolida o resultado visual final. Assim, KOMPLEX não apresenta a busca de uma representação pura e fiel de instantes e imagens mentais, mas sim, a tentativa de traduzir, para a linguagem pictográfica do desenho, a complexa sensação do que é rememorar.
Imágenes de la Exposición
Cartel
Entrada actualizada el el 21 jul de 2015
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