Descripción de la Exposición
A Gomide&Co tem o prazer de anunciar a mostra que inaugura seu calendário expositivo de 2025, uma exposição em duo de Julia Isidrez (Paraguai, 1967) e Maria Lira (Brasil, 1945). Com ensaios críticos inéditos de Sofia Gotti e Chus Martínez e expografia de Lucas Jimeno Dualde, a abertura acontece no dia 20 de março, às 18h.
A exposição é uma oportunidade para o público brasileiro ter contato com o diálogo entre as obras dessas duas artistas visuais que têm muito em comum, apesar das particularidades regionais e culturais que demarcam suas produções, apresentando as afinidades que são perceptíveis entre seus contextos distantes. Ambas as artistas trabalham a partir de antigas tradições indígenas ou afro-indígenas, criando nos dias atuais obras que escapam do programa tradicional da arte no Ocidente. Atuam também como líderes comunitárias, contribuindo para a realidade sociocultural dos respectivos locais de origem. São, portanto, vozes que se encontram no âmbito de uma perspectiva do pensamento decolonial, no sentido de reconhecer a plena validade de suas práticas no panorama artístico atual e desafiar paradigmas há muito presentes no circuito oficial de arte. Reunindo as cerâmicas de Isidrez e as pinturas e algumas cerâmicas de Lira (parte das obras apresentadas são inéditas), a exposição oferece uma abordagem sobre os paralelos possíveis entre seus contextos de origem.
Julia Isidrez aprendeu cerâmica com sua mãe, Juana Marta Rodas (1925-2013), seguindo uma tradição matrilinear da cerâmica Guarani que remonta ao período pré-colombiano. Baseando-se em técnicas de suas antepassadas, as peças esculpidas por Isidrez transcendem sua função com um vocabulário expressivo de figuras de animais fantásticos oriundos do contexto local, a cidade de Itá, próxima a Assunção e ao Lago de Ypacaraí. Expondo junto à sua mãe desde cedo, o trabalho da artista foi apresentado em individuais e coletivas na América Latina, América do Norte, Europa e Ásia. No ano passado, obras suas estiveram em exibição junto às de sua mãe na 60ª edição da Bienal de Veneza, curadoria de Adriano Pedrosa. E, a partir do final de março deste ano, também estarão presentes na 14ª edição da Bienal do Mercosul, curadoria geral de Raphael Fonseca.
Nascida e radicada em Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha, Maria Lira também desenvolveu um interesse precoce pelo trabalho com argila ao observar sua mãe, Odília Borges Nogueira, fazendo presépios. Desde a década de 1980, a artista tem concentrado sua prática na série Meus bichos do sertão, pinturas com pigmento mineral de animais imaginários que habitam sua mente inventiva. Realizou sua primeira exposição em 1975 no Sesc Pompeia e, desde então, expôs em diversas instituições nacionais e internacionais, na Bélgica, Holanda, Dinamarca, França e Estados Unidos. No começo de 2024, o Instituto Tomie Ohtake apresentou Roda dos bichos, primeira individual de caráter institucional dedicada à produção da artista, com curadoria de Paulo Miyada e curadoria assistente de Sabrina Fontenele. Ainda no mesmo ano, a artista esteve presente com obras inéditas no 38º Panorama da Arte Brasileira, curadoria de Germano Dushá e Thiago de Paula Souza e curadoria-adjunta de Ariana Nuala. Além disso, a Gomide&Co em parceria com a Act. Editora lançou sua primeira monografia, Maria Lira, com organização de Rodrigo Moura.
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