Há alguns anos a residir nos EUA, José Carlos Teixeira tem vindo a desenvolver um interessante corpo de trabalho baseado na prática da investigação e da experimentação em arte. Utilizando maioritariamente o vídeo, a instalação, e também o texto e a fotografia, através do recurso a estratégias performativas e/ou participativas (que envolvem a participação e colaboração de terceiros ou de grupos de terceiros), tem vindo a explorar noções de identidade, fronteira, exílio ou deslocamento. Numa obra estética e eticamente engajada com as questões de representação da alteridade, interessa-lhe a edificação de um olhar baseado numa abordagem antropológica que promova o encontro com o Outro, permitindo lhe, neste processo, assumir contributos e colaborações exteriores. Conceitos como a intersubjectividade ou a autoria partilhada estão também presentes na elaboração das suas obras, assumindo estas um compromisso voluntário com o Real, mas simultaneamente assente numa dimensão estética que lhes confere um carácter profundamente político,...mas também profundamente poético.
A exposição On Exile apresenta, através de um conjunto de obras produzidas entre 2016 e 2017, um olhar reflexivo sobre, por um lado,
a doença mental e a depressão e, por outro, a condição de refugiado no contexto atual. O conceito de exílio tanto é pensado numa perspetiva
geopolítica, como é interpretado metaforicamente. Tendo como referência a linguagem do documentário, os vídeo-ensaios em exibição exploram metodologicamente a entrevista enquanto prática artística e território cinemático, criando espaço para a empatia e permitindo a construção de retratos íntimos e psicológicos.
Entrada actualizada el el 30 nov de 2017
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