Interior fora de si.
Interior centrífugo.
Interior como núcleo de um universo em expansão.
O interior das formas ou plasticidade em pura potência.
O interior do devir das formas.
Um interior que descobre que é fora de si que se pode encontrar.
Um interior que se escapa do seu lugar, mas que insiste em ser considerado interior, porque é essa a sua natureza.
Um interior que caminha procurando outro destino.
Ou um interior errante…
Um interior que está fora de si, alterado, inconformado, sem controlo, incontinente no seu desespero, revolta ou mesmo felicidade…
Interior como tradução do subjectivo ou interior como espaço interior em coisas como as casas.
Que olha para fora para se ver como quem está à janela para se ver na rua, na paisagem, ou para se ver ao ser visto.
Interior ou interiores como em “decoração de interiores”, tratar a pele do lado de dentro.
Um interior que assim se vê como tudo isto ao mesmo tempo.
A ideia desta...exposição nasceu de uma troca de mensagens entre mim e o Pedro Oliveira a propósito da peça intitulada “maquete” da exposição na galeria do artista norte-americano Tony Tasset em 1991, guardada no acervo desde então e que acabou por ser aqui o ponto de partida. E “maquete” vai estar presente expondo-se como peça que é demasiado para ser minimal e pouco para ser arquitectura. Um cubo branco sem tecto, uma abertura como uma porta. Arquétipo de casa, ou o limite mínimo para uma imagem (neste caso um objecto) ser uma casa. Só um pouco menos que isto e deixava de o ser.
António Olaio
Junho 2022
Entrada actualizada el el 07 jun de 2022
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