Descripción de la Exposición
A 3+1 Arte Contemporânea tem o prazer de apresentar Inhabitants ou imitar o andar, a mais recente exposição individual de Nuno Sousa Vieira (Leiria, 1971) na galeria.
O trabalho de Nuno Sousa Vieira tem sido desenvolvido em estreita articulação com a antiga fábrica de plásticos SIMALA, onde estabeleceu o seu ateliê entre 2001 e 2021. Durante os vinte anos em que ocupou este espaço, o artista criou uma linguagem onde o local de trabalho é, também, o material de trabalho. Assim, Sousa Vieira usa frequentemente nas suas obras objetos e materiais deixados para trás, quando a fábrica foi desmantelada, bem como, elementos arquitetónicos do edifício, dando uma segunda oportunidade à matéria. O edifício da SIMALA foi desenhado especificamente para acolher a fábrica, encaixando-se numa arquitetura modernista que não é considerada de nota, não tendo a qualidade que precisaria para ser vista como um exemplo. Ainda assim, o modernismo da antiga fábrica é aquele que se afirmou no quotidiano de muitas populações. Esta questão é algo que interessa a Sousa Vieira no seu trabalho: falar da história que não faz parte das grandes narrativas. É o desviar do nosso olhar para o que caiu na obscuridade e, pelo caminho, mudar a nossa relação com os objetos.
As esculturas apresentadas em “Inhabitants ou imitar o andar” começaram a ser desenvolvidas no início de 2022 e são os primeiros trabalhos do artista depois de deixar a SIMALA. Estes foram pensados a par com a transição para o seu novo ateliê e, por isso, esta é uma exposição da qual o movimento e a mudança são partes intrínsecas. Para Sousa Vieira, a distância mostra quem somos, e mudar de lugar muda a forma como vemos o mundo. Até agora, o artista tinha considerado o seu trabalho de forma programática, mas o andar para um espaço novo permitiu que se sentisse mais livre. Este é um exercício que pede ao observador, motivando uma mudança de perspetiva de forma literal, mas, também, figurativa. A relação com as obras de arte tem um cariz de descoberta que, por vezes, pode ultrapassar a realidade.
Assim, “Inhabitants ou imitar o andar” vive no equilíbrio de dois momentos: entre o lá e o cá, o antigo e o novo, o real e o surreal. Porque, apesar de o artista usar a mesma linguagem, o local onde a pratica já não é igual e o destino final já não é o mesmo. Como disse Apollinaire em As Mamas de Tiresis “Quando o homem quis imitar o andar criou a roda, que não se parece com a perna, inventando, mesmo que inconscientemente o surrealismo”. Da mesma forma, a distância entre o que antes estava perto resultou na dessincronização da língua, deixando que o surrealismo tomasse conta do processo criativo.
Nuno Sousa Vieira (Leiria, 1971) vive e trabalha entre Leiria e Lisboa. Doutorado em Pintura pela Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, com a tese intitulada: O Ateliê – Do Mundo Para o Lugar. Sala de Exposição (1971/2015). Das suas exposições destacam-se: Pelo que não se vê, curadoria de Rita Gaspar Vieira, Centro de Arte e Imagem - Galeria do IPT, Tomar (2023); Uma Vida Inteira, curadoria de Ana Rito, Banco das Artes Galeria, Leiria (2021); Bom dia lua, Museu Municipal Amadeo de Souza Cardoso, Amarante (2021); Linha Funda, Fundação Carmona e Costa, Lisboa (2020); Me, myself and the others, 3+1 Arte Contemporânea, Lisboa (2019); Constelações: uma coreografia de gestos mínimos, curadoria de Ana Rito & Hugo Barata, Museu Coleção Berardo, CCB, Lisboa (2019); Nasci num dia curto de inverno, Fundação Portuguesa das Comunicações, Lisboa (2017); Portugal Portugueses, curadoria de Emanuel Araújo, Museu Afro Brasil, São Paulo (2016); Uma vida inteira, Fábrica de plásticos Simala, Leiria (2014); Uma ateliê, uma fábrica e uma sala de exposição, nem sempre por esta ordem, Círculo de Artes Plásticas de Coimbra, Coimbra (2013); Wall stop for this, Appleton – Associação Cultura, Lisboa (2012); Collecting collections and concepts, uma viagem iconoclasta por coleções de coisas em formas de assim, Guimarães Capital Europeia da Cultura, Fábrica ASA, Guimarães (2012); Somos nós que mudamos quando tomamos efetivamente conhecimento do outro, Pavilhão Branco, Lisbon (2011); Don’t underestimate the impact of the workplace (comissariada pela MA Curatorial Practice, University College Falmouth), Newlyn Art Gallery, Newlyn (2010); Let’s Talk About Houses: When Art Speaks Architecture [BUILDING, UNBUILDING, INHABIT], curadoria de Delfim Sardo, Museu do Chiado, Lisbon (2010). Coleções nacionais e internacionais incluem: PINTA - Latin América, Miami, EUA; Museu de Arte Moderna (MAM), Rio de Janeiro, Brasil; Coleción Navacerrada, Madrid, Espanha; Teixeira de Freitas, Portugal; Coleção António Cachola, Elvas, Portugal; Coleção Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, Portugal; e Coleção de Arte Contemporânea do Estado, Portugal.
Exposición. 14 nov de 2024 - 08 dic de 2024 / Centro de Creación Contemporánea de Andalucía (C3A) / Córdoba, España
Formación. 23 nov de 2024 - 29 nov de 2024 / Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía (MNCARS) / Madrid, España