A produção artística de André Gomes tem-se confinado à fotografia. Porém, o seu imaginário não pode ser restrito a um modo específico de expressão visual. Com efeito, é explícita na sua obra a proliferação de inúmeras referências com origem na história de arte, mas também (ou sobretudo) na literatura e na filosofia, no teatro e no cinema, enquanto territórios de mediações de imagens, narrativas e mitologias. (...) As referências são indicações suscetíveis de mobilizar uma imaginação imensamente prolífica, disponível para gerar ligações improváveis e até certo ponto inexplicáveis, que combinam distintos horizontes experienciais e culturais (...) Ao percorrermos as suas várias séries, é fácil perceber que o que fundamentalmente motiva André Gomes para a fotografia é a possibilidade de um certo alcance experiencial e poético.