No trabalho de Thierry Ferreira reincide a forma sintetizada de uma casa, uma “metáfora para o corpo humano” no sentido em que protege e isola o ser humano do exterior. As suas esculturas de grandes dimensões “habitam o mundo” como “carapaças onde se acumulam memórias e vivências”. São espaços criados por estruturas de aço, por vezes pintadas, que se instalam na paisagem urbana ou rural e que permitem o deambular do visitante, que se movimenta atravessando a escultura ou entrando nela, permanecendo.
O percurso artístico deste artista levou-o já por diversas vezes a vários lugares do mundo, onde instalou as suas esculturas em espaços públicos, estudando a forma como a escultura se relaciona com o público e com os espaços que a rodeia. As propostas plásticas de Thierry Ferreira procuram convocar um espaço virtual, típico das práticas modernistas, e uma fuga desse espaço virtual em direção ao real.
A exposição “III pistas...II obstáculos” no átrio do Espaço Amoreiras prova o olhar consciente do artista, que projecta o gesto incisivo de um cenário de corridas num espaço circular entre escritórios empresariais e um ginásio. Estas pistas instalam o desejo de ir, invitam o movimento, proatividade, o desafio. Nelas se posicionam duas esculturas, intituladas CUBIC#51021013 e CUBIC#51021092, constituídas por aço galvanizado pintado, e uma barra de obstáculos de corrida. A justaposição desta instalação artística contemporânea sem função específica, a espaços de “alto rendimento” na sua determinação, pretende acionar um confronto de ideias e realidades.
Thierry Ferreira propõe até dia 6 de Abril um lugar de acção que as suas esculturas reajustam, entre o salto e o repouso o público cria a sua vivência neste lugar.
Entrada actualizada el el 04 jul de 2018
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