Inicio » Agenda de Arte

HIATO

Exposición / SIM Galeria / Al. Presidente Taunay, 130 / Curitiba, Parana, Brasil
Ver mapa


Cuándo:
01 jul de 2016 - 13 ago de 2016

Inauguración:
01 jul de 2016

Comisariada por:
Luisa Duarte

Organizada por:
SIM Galeria

Artistas participantes:
Alice Miceli, Anna María Maiolino, Daisy Xavier, José Leonilson Bezerra Dias - Leonilson, Juliana Stein, Lais Myrrha, Laura Vinci, Luiza Baldan, Lygia Pape, Maria Laet, Marilá Dardot, Mira Schendel, Romy Pocztaruk

ENLACES OFICIALES
Web  Blog  Facebook 
Etiquetas
Arte conceptual  Arte conceptual en Parana  Fotografía  Fotografía en Parana  Fotografía analógica  Fotografía analógica en Parana  Fotografía documental  Fotografía documental en Parana 

       



Documentos relacionados
pdf HIATO

Descripción de la Exposición

A Sim Galeria apresenta, entre os dias 30 de junho e 13 de agosto, a mostra coletiva “HIATO” com curadoria de Luisa Duarte e participação dos artistas: Anna Maria Maiolino, Alice Miceli, Daisy Xavier, Juliana Stein, Lais Myrrha, Laura Vinci, Leonilson, Luiza Baldan, Lygia Pape, Maria Laet, Marilá Dardot, Mira Schendel e Romy Pocztaruk. Leia o texto da curadora Luisa Duarte sobre a mostra: Ao me convidar para realizar uma exposição que contasse somente com artistas mulheres, a SIM Galeria desejava incorporar à sua agenda um debate atual no Brasil. Tratava-se de tentar refletir um momento no qual os movimentos feministas e pós-feministas mobilizam de maneira candente o país. Mas, aceito o convite, acabei por descartar os caminhos que me levariam a uma exposição sobre o feminismo, mas me comprometi a buscar uma pesquisa sobre traços que pudessem evocar aquilo que associamos ao registro feminino. Tratava-se de insistir numa chance de me ocupar de um universo que partisse da feminilidade sem cair num gesto ilustrativo. Em meio a pesquisa leio uma entrevista da crítica e curadora Lisette Lagnado, cujo tema central era justamente o feminismo. Dessa fala sublinho o seguinte trecho: Ao longo da sua carreira como curadora, você já organizou exposições que deram ênfase a artistas mulheres? E quanto a obras que exploram questões feministas? Só fiz uma vez uma curadoria efetivamente voltada para descascar essa questão. Era o aniversário do livro de Simone de Beauvoir, O Segundo Sexo (1949). Clio, Pátria (Caderno Sesc-Videobrasil nº 5) foi um exercício muito especial para mim, porque percebi que eu falava do Leonilson quando era convidada a falar de feminismo… Poderia citar alguns artistas e/ou obras que abordam essas questões e que considera bons? Para mim, Leonilson contribuiu mais para me pensar como mulher do que Ana Maria Tavares, então não sei se consigo responder. A pergunta me parece machista. O que é “bom”? Que questões? Como já disse, o feminismo não se reduz a temas (violência doméstica, aborto, estupro, salários iguais etc.). As questões formais não devem ser menosprezadas. Eva Hesse era feminista? O que importa? Na minha percepção, o feminismo é um modo de estar no mundo, de se relacionar com o outro, de lidar com problemas econômicos, de fazer partilhas, de pensar ecologia, de resolver dívidas, de brigar e botar o pau na mesa, de ser generoso e não perder a ternura, tudo isso junto e muito mais. Tomando a colocação de Lisette Lagnado com uma posição com a qual me identifico, tendo sido Leonilson um leitmotiv de diversos textos meus até hoje publicados e de ao menos duas exposições, tomo o artista como ponto de partida para a exposição hoje apresentada. O título escolhido evoca o intervalo entre vogais. Hiato tem origem no termo Latim “hiatus”, cujo significado é “abertura, fenda, lacuna”. Assim, o título sinaliza para algumas características presentes no trabalho de Leonilson, quais sejam: o uso da palavra seguida por longos intervalos em branco; a capacidade de se fazer dizer justamente no intervalo, no não dito; o vazio como produtor de sentido; a ausência que caminha na contra mão do espetáculo. Tais aspectos da obra de Leonsilson me levaram, por sua vez, a uma citação a respeito de Walter Benjamin que pode iluminar o caminho que pretendemos seguir, trazendo a tona a questão da mulher, e do feminino, de um modo singular: “O silêncio – tipificado como atitude da mulher – é o elemento decisivo para a compreensão, no texto, da natureza da conversa. A valorização do silêncio determina a grande diferença de sua compreensão em relação às teorizações filosóficas sobre o diálogo da tradição metafísica. Estas teorizações, privilegiando a dimensão comunicativa da conversa, detêm-se unicamente na fala, compreendendo o diálogo como uma troca verbal onde se produziria o sentido. A dialética aqui é simétrica, entre iguais – os dois falantes. Para Benjamin, a dialética da conversa é, ao contrário, assimétrica e se estabelece entre duas diferenças: a que fala, e a que escuta, ou seja, entre a fala e o silêncio, entre o homem e a mulher. Na conversa, silêncio e fala engendram-se mutuamente: se o silêncio é a fonte de sentido, a fala gera o silêncio. (…) É no vazio das palavras escutadas que o ouvinte apreende, com desenvoltura, a verdadeira natureza da linguagem – o som das palavras que lhe entra pelos ouvidos, a sua visibilidade nos esforços de expressão do rosto de quem fala. (…) As conversas dos homens são sempre ardilosas e Benjamin usa termos fortemente negativos para classificá-las: “jogos obscenos”, “paradoxos que violentam a grandeza da linguagem”. A cultura, onde a linguagem degradou-se ao interesses de poder e dominação é, para Benjamin, uma cultura masculina onde a mulher não pode existir sem também degradar-se. (…) Estes personagens, a mulher, o jovem, fornecem-lhe a diferença necessária para construir a sua crítica da cultura e a esperança de uma outra cultura apenas adivinhada, uma visão fugaz do paraíso. Como conversam entre si as mulheres que não perderam a alma no mundo das palavras masculino? pergunta-se Benjamin.” Assim, em tempos nos quais somos todos chamados a guerrear por meio de palavras diariamente num Brasil imerso na polarização política, a presente exposição busca uma pausa reflexiva, um intervalo para pensarmos na importância do silêncio como formador de sentido, ou mesmo em uma outra forma de nomear e conversar que nos endereça a possibilidade de outras maneiras de se estar no mundo. “Hiato” torna-se assim uma aposta no murmúrio em meio a cacofonia generalizada em que estamos imersos. Uma aposta na delicadeza, na falha, no momento em que a palavra nos falta, na permanência no vazio que gera tempo para algum tipo de elaboração. Ou seja, trata-se de recordar que é ali, no espaço em branco entre um verso e outro de um poema que encontra-se guardado o sentido daquilo que está sendo dito.


Entrada actualizada el el 06 ago de 2016

¿Te gustaría añadir o modificar algo de este perfil?
Infórmanos si has visto algún error en este contenido o eres este artista y quieres actualizarla. O si lo prefieres, también puedes ponerte en contacto con su autor.
ARTEINFORMADO te agradece tu aportación a la comunidad del arte.
Recomendaciones ARTEINFORMADO

Premio. 20 dic de 2024 - 14 mar de 2025 / Madrid, España

Nur 2025

Ver premios propuestos en España

Exposición. 10 mar de 2025 - 22 jun de 2025 / Museo Nacional del Prado / Madrid, España

Cambio de forma: Mito y metamorfosis en los dibujos romanos de José de Madrazo

Ver exposiciones propuestas en España

Formación. 01 oct de 2024 - 04 abr de 2025 / PHotoEspaña / Madrid, España

Máster PHotoESPAÑA en Fotografía 2024-2025

Ver cursos propuestos en España