Descripción de la Exposición Habeas Corpus, em uma concepção semântica, significa 'tenha corpo'; juridicamente, é o termo utilizado para se referir à liberdade infringida. A exposição Habeas Corpus, organizada pelos artistas Chris Moraes, Claudio Matsuno e Júnior Suci, ancora-se em ambos os sentidos da expressão latina. A prática desses artistas fundamenta-se no desenho como linguagem autônoma: o desenho é pensado como fim e não como meio. O conhecimento da vasta e rica tradição do desenho e, ao mesmo tempo, a consciência da incorporação de novos recursos ao fazer gráfico, ficam evidentes na articulação precisa das mídias utilizadas em variados tipos de suporte, como o papel, a parede, o vídeo. Como esses desenhos fogem à noção de esboço, os gestos geradores das imagens tornam-se manifestos nos traços sempre diretos e indeléveis, sejam eles rápidos, amplos, curtos, intermitentes ou contínuos, sobre suportes de pequena ou grande dimensão. É possível supor as ações geradoras das linhas apresentadas: tem-se corpo - um corpo que desenha e se faz notar em seus rastros de gestualidade. O corpo também se faz presente como assunto de forma mais (Chris e Júnior) ou menos direta (Claudio). Apesar de compor o repertório desses artistas, o assunto comum dentre eles está longe de serem suas referências imagéticas pessoais; ele se refere, no entanto, a um discurso subliminar ao estatuto do desenho contemporâneo. É nesse sentido que o termo jurídico foi descontextualizado para servir de nome à exposição: Chris, Claudio e Júnior reivindicam para si, com ironia semelhante àquela subjacente aos seus trabalhos, o direto à liberdade de desenhar e de se assumirem desenhistas. Elegendo essa linguagem e adotando esse posicionamento, os três artistas afirmam suas considerações sobre o desenho como campo fértil para as abordagens contemporâneas na arte. Chris Moraes (São Paulo, 1972 - Vive e trabalha em São Paulo) Bacharel em Gravura pela ECA/ USP (1993), especialista em Práxis Artísticas e Terapêuticas pela FM/USP (1998) e em Performance pela SchooloftheArtInstitute de Chicago (2003) - onde foi bolsista da CAPES e da Fullbright. Chris Moraes, que até a presente exposição utilizava o nome artístico Christiana Moraes, tem obras, dentre outros, nos acervos do MAM/SP, do Museu de Arte Brasileira/FAAP e do Instituto Figueiredo Ferraz. Sua pesquisa principal se concentra nas linguagens do desenho e da performance, tendo apresentado seus trabalhos em espaços alternativos e institucionais, dentre eles: MAC/SP, MAM/SP, CCSP, Centro Universitário Maria Antônia, Galeria Vermelho, FUNARTE/ RJ. Suas exposições mais recentes, em 2012, aconteceram no SESC Belenzinho, no Instituto Figueiredo Ferraz e na Casa de Tijolo. Claudio Matsuno (São Paulo, 1971 - Vive e trabalha em São Paulo) Licenciado em Artes Plásticas pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo em 1995, atualmente é mestrando pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Desde 1996 participa de diversas exposições coletivas e individuais, salões, editais e feiras de arte. Matsuno tem obras em importantes acervos de museus como nas coleções de Gilberto Chateaubriand no MAM do Rio de Janeiro, MASC de Santa Catarina, MARP de Ribeirão Preto além de outras instituições particulares. A partir de 2009 tem desenvolvido experiências curatoriais independentes organizando exposições com artistas do Brasil e exterior. Recentemente realizou uma individual na Galeria Virgilio, SP, onde é representado. Júnior Suci (Americana, 1985 -Vive e trabalha em São Paulo) Graduado em 2006 em Artes Plásticas pela UNESP, realiza pesquisa e produção em desenho. Tem realizado exposições em salões, galerias, feiras e instituições. Dentre as principais mostras individuais: 'Performance pela Luz', no Centro Cultural São Paulo/SP (2009), 'Minhas Pequenas Vitórias', na Galeria do IBEU/RJ (2011), 'Necessidade do Objeto', no Centro Universitário Maria Antônia/SP (2011) e 'Película', na Galeria Virgilio/SP (2012). Das coletivas recentes destacam-se o Salão do Museu de Arte de Ribeirão Preto/SP, a 5ª Mostra de Pequenos Formatos no Atelier Subterrânea/RS e o Salão de Arte Contemporânea de Piracicaba/SP. Em 2011, sete de suas obras foram incorporadas ao acervo do MAC - USP/SP. Atualmente, é representado pela Galeria Virgilio, em São Paulo e está em cartaz na coletiva 'O Agora, o Antes', no MAC-USP Nova Sede, com curadoria de Tadeu Chiarelli.