Descripción de la Exposición
Gravura, Tinta, Carne e Unha. Gravura é sulco e matéria. É corte, relevo e pressão. É ácido, cobre, vapores e química. Madeira, linóleo e Duratex. Tinta e papel, muitos e diferentes tipos de papel. Cada gravura é um múltiplo, mas cada gravura também é única. Gravura é espelho, seu oposto e seu contrário. É memória e reflexão, reflexo e opacidade. É o futuro visto pelo passado. É o centro e a periferia, tradição e contemporaneidade. É artesanato e engenho, tecnologia e método. É Japão, Alemanha, México, Cuba e Brasil. É Norte, Sul, Leste e Oeste. Ela surge na matriz e resurge na prensa. É o avesso do avesso do avesso. Para esta exposição no Anexo Lona selecionamos três artistas da galeria Gravura Brasileira com poéticas e técnicas bem diversas:
Nas gravuras de Renata Basile a linha surge forte, predomina e ordena. Mas não é a linha limpa e precisa da geometria concretista ou minimalista. É a linha sulcada e gravada da gravura em metal. A partir de estudos em papel transparente, Renata grava as chapas de cobre, realçando as linhas com a ponta seca. Ao passar pela pressão do rolo da prensa a tinta penetra no papel criando uma névoa, uma veladura em tom rebaixado que unifica o desenho e cria uma volumetria. São sólidos transparentes, volumes que se sobrepõem, cachoeiras de linhas em latitudes e longitudes e a artista está no centro deste universo.
Cláudio Caropreso elabora suas gravuras em um processo de destruição e reconstrução de imagens. A partir de reproduções de pinturas, folhetos, cartazes ou fotografias, Caropreso corta e cola suas imagens e textos em uma operação de soma e subtração. A madeira, os papéis, o estêncil, a prensa são suas ferramentas neste jogo mental de grande precisão. A gravura sai bruta, colorida em tintas industriais, gritando e se impondo como uma visão de mundo.
O universo de Francisco Maringelli é a rua, o ateliê e o lixo. Suas gravuras trazem uma narrativa, uma visão da degradação urbana e uma crítica social com toques de humor e ironia. Elas gritam imagens em excesso, poluição visual e sonora em um tom expressionista. A matriz é sulcada com economia de linhas brancas. O preto sobressai. O texto se entrelaça com a imagem que lembra um cartaz anunciando o fim dos tempos.
Exposición. 19 nov de 2024 - 02 mar de 2025 / Museo Nacional del Prado / Madrid, España
Formación. 23 nov de 2024 - 29 nov de 2024 / Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía (MNCARS) / Madrid, España