Descripción de la Exposición
Com curadoria de Ana Carla Soler, a exposição “Gravadas no Corpo” traz um mapeamento de gravuristas que investigam o corpo a partir da perspectiva da mulher. A mostra reúne o trabalho de 28 artistas em atividade no Brasil, que atuam no campo da gravura e de processos gráficos. Estão lá obras de Ana Calzavara, Andrea Hygino, Cleiri Cardoso, Elisa Arruda, Eneida Sanches, Leya Mira Brander, Gabriela Noujaim, Natali Tubenchlak, Nara Amélia, entre outras. A exposição abre no dia 27 de março e pode ser visitada até 21 de abril de 2024, no Bananal Arte e Cultura, na Barra Funda, em São Paulo.
O mote propulsor dessa exposição é o corpo de trabalho de Käthe Kollwitz (1867-1945), desenhista, escultora e gravadora alemã, que em um cenário entre a I e a II Guerra Mundial, teve um papel fundamental nos movimentos antiguerra. Seus trabalhos trazem figuras femininas como protagonistas dos horrores causados pelo período bélico. São mães protegendo seus filhos, mulheres enfrentando a morte cercando seus entes queridos e a fome e a miséria provenientes das crises econômicas. No Brasil, o trabalho de Kollwitz ganhou projeção nacional no início do século XX, impulsionado pela crítica especializada. Mario de Andrade, Flávio de Carvalho e Mário Pedrosa foram críticos e escritores que escreveram importantes análises sobre sua obra.
Tendo como inspiração as investigações de gravuristas mulheres sobre o corpo feminino, a exposição é dividida em três eixos. Um deles é “Onde cabe o corpo”, que traz trabalhos que questionam as relações do corpo perante a sociedade, o meio ambiente e a natureza, com obras de artistas como Natali Tubenchlak, Andrea Hygino e Marina De Bonis. Outro núcleo é “Representação ou Autorrepresentação”, que reúne trabalhos que de artistas que investigam a própria imagem a partir das artes gráficas, incluindo obras de Ana Calzarava, Gabriela Noujaim e Cleiri Cardoso. O terceiro grupo chama-se “Narrativas gravadas” e trata de obras desenvolvidas a partir de obras literárias, contos, poesias ou que tenham em sua essência a construção narrativa. Nesse grupo estão obras de Nara Amélia, Leya Mira Brander, Hully Roque, entre outras.
O projeto é resultado da pesquisa da curadora, que estuda a presença feminina na gravura nacional. “O Brasil é uma referência mundial na gravura, sendo muito conhecido internacionalmente pela produção entre as décadas de 1940 e 1970, mas que nos últimos anos tem visto nos espaços contemporâneos cada vez menos trabalhos e artistas que exploram essa linguagem. Essa mostra é uma espécie de mapeamento que visa reunir importantes nomes da gravura contemporânea em conjunto. Além disso, carrega a ambição de ampliar o conhecimento tanto do público, como também de pesquisadores, críticos, curadores e agentes do sistema da arte sobre gravadoras que têm pesquisas sólidas em gravura”, conta Ana Carla Soler.
Exposición. 12 nov de 2024 - 09 feb de 2025 / Museo Nacional Thyssen-Bornemisza / Madrid, España