Descripción de la Exposición ------------------------------------------------------- ------------------------------------------------------- Não vamos fazer o historial da gravura em Espanha, demasiado rico para uma apresentação onde a exiguidade do espaço é uma evidência. Começaremos por abordar os artistas da geração abstracta dos anos cinquenta, período a partir do qual se insere uma parte dos artistas agora apresentados, visto que Clavé nos chega -também nos anos cinquenta- do seu exílio em França com uma carreira já consolidada, também no campo da gravura. Quase todos os pintores importantes da geração abstracta dos anos cinquenta cultivaram a gravura. E, no âmbito catalão, nenhum o fez com tanta assiduidade como Antoni Tapies. Tendo começado pela água-forte e passado pela serigrafia, o meio em que então se sentiu mais à vontade foi a litografia, pela forma directa com que podia atacar a pedra litográfica. Actualmente usa processos mais consentâneos com a época e cuja expressão se aproxima mais da matéria que, habitualmente, a sua obra encerra: carborundo associado a outras técnicas mais ou menos tradicionais. Acrescentaremos às de Tapies as gravuras de Modest Cuixart, de Ràfols Casamada, de Hernandez Pijuán, de Guinovart, que praticaram a gravura e a litografia com excelentes resultados. Na vertente madrilena desta geração encontramos vários pintores com vocação de gravadores. O mais assíduo, tanto na água-forte como na litografia ou ainda na serigrafia, foi António Saura. Teve a particularidade de ter utilizado mais cor na sua obra gráfica do que na sua pintura. Mas não podemos deixar de referir Manolo Millares, José Guerrero, Fernando Zóbel, Salvador Vitória entre outros. Mas os nomes da pintura madrilena dos anos cinquenta que mais exaustivamente trabalharam e desenvolveram experiências no campo da gravura foram António Lorenzo e Lucio Muñoz. O primeiro, foi até 2009 ( ano do seu falecimento ) um amado mestre da água-forte em cor e foi um dos obreiros do lendário Grupo Quince. Lúcio Muñoz produziu gravuras de grande formato, generosa de cor, com fortes relevos que deixava invadir a superfície branca do papel. A liberdade que conquistou nestes trabalhos, viria a reverter para a sua obra pictórica. A serigrafia teve o seu ponto mais alto em Eusebio Sempere e Abel Martin. O primeiro aprendeu a técnica em Paris, regressando a Madrid onde a desenvolveu, refinada como a sua pintura ou escultura. Abel Martin que ajudou muitos artistas a realizar obra por este processo, ocultou sempre a sua. Entre os pintores que praticaram a serigrafia de forma notável, citamos Canogar, Gustavo Torner, Gerardo Rueda e Manuel Mompó. Intensa é também a obra de Pablo Palazuelo que, começando por nos oferecer pontas secas de invulgar precisão, encontraria na litografia e na serigrafia a expressão que mais se aproximava da sua pintura. Eduardo Chillida levou a gravura bem longe. Conferiu à água-forte, à água-tinta e à xilogravura o conceito de espaço e o rigor construtivo que a sua escultura manifesta. José Ortega fundou, no início dos anos sessenta o movimento Estampa Popular que retomava a herança do expressionismo alemão e da arte revolucionária mexicana. Tratava-se de um movimento militante, como o seu nome indica. Os seus membros agrupavam-se por territórios. Além do citado José Ortega fizeram parte do efémero movimento, entre outros, António Saura em Madrid, Agustin Ibarrola em Bilbao, Guinovart e Ráfols Casamada em Barcelona. A Estampa Popular mais radical foi a valenciana, donde saiu o Equipo Crónica composto então por Rafael Solbes e Manuel Valdés. Numa estética que se lhe aproximava trabalhou também Eduardo Arroyo, tendo ainda Juan Genovés realizado algumas gravuras neste âmbito social-realista,. Não seria justo deixar de referir alguns pintores de tradição realista que trabalham - ou trabalharam - a litografia e a gravura, como Amalia Avia, Antonio Lopez Garcia, Carmen Lafón, Matias Quetglás, Joaquín Sáenz e Ricardo Baroja. Um lugar especial na gravura realista é ocupado por José Hernandez, que, utilizando a água-forte, concebe gravuras de grande rigor e tensão. Nos anos setenta e oitenta, multiplicaram-se as iniciativas tendentes a dinamizar a situação da gravura em Espanha. A conhecida editora de arte Polígrafa lançou-se no campo da edição de obra gráfica - sobretudo de litografias. Nos princípios dos anos setenta a iniciativa estende-se a algumas galerias (Sen em Madrid e Juana de Aizpuru - sediada em Sevilha - foram as pioneiras) a editar serigrafias que vendiam por subscrição. Ao saturarem o mercado de serigrafias com tiragens quase industriais, rapidamente terminaram a sua actividade editorial. Abriram entretando galerias dedicadas à gravura, editoras, ateliers de gravura com galeria anexa. Revitalizou-se a Calcografia Nacional. Quebrou -se a barreira entre gravadores propriamente ditos, pintores ou escultores que gravam e artistas que praticam ambas as artes. País aberto à incorporação de artistas estrangeiros, é, sobretudo depois da fundação do Grupo Quince, que ali se estabelecem alguns artistas vindos de paragens distantes obrigados por condições sociais ou políticas ao exílio, como Monir Islam do Bangla Desh, Oscar Manesi da Argentina, Azis de Marrocos ou Jafar T. Kaki do Curdistão Iraquiano. Vêm engrossar o caudal dos então novos gravadores, como Fernando Bellver, Joaquín Capa, Félix de Cárdenas, entre outros. Pintores das últimas gerações têm manifestado uma relação especial com a gravura como é o caso de Anton Lamazares, Alfonso Albacete, Ballester, Baldeweg, Dario Basso, Miquel Barceló, Castrortega, Ciria, Chema Cobo, Concha Garcia, Pérez Villalta, Sicília, José Manuel Broto e Soledad Sevilla. Muito fica por dizer, artistas importantes por citar, pelo que nos penitenciamos e pedimos desculpas. Mas como a riqueza da obra gráfica Espanhola está longe de se esgotar nesta exposição, prometemos voltar e, com a apresentação de outros artistas, ir corrigindo e reparando as faltas.
Artistas: Eduardo Arroyo, Juan Navarro Baldeweg, José Manuel Ballester, Darío Alvarez Basso, José Manuel Broto, Rafael Canogar, Joaquín Capa, Pedro Castrortega, Jose Manuel Círia, Francisco Farreras, Amadeo Gabino, Concha Garcia, Luis Gordillo, Josep Guinovart, Antón Lamazares, Antonio Lorenzo, Monir, Pablo Palazuelo, J. M. Pérez de Vargas, Gerardo Rueda, Maria LuÍsa Sanz, Eusebio Sempere, Soledad Sevilla, Antoni Tàpies, Gustavo Torner y Manollo Valdés.
Exposición. 31 oct de 2024 - 09 feb de 2025 / Artium - Centro Museo Vasco de Arte Contemporáneo / Vitoria-Gasteiz, Álava, España