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Fotografias do 'Magical Misery Tour' de Martin Kippenberger no Brasil, em 1986

Exposición / Solo Shows / Rua Major Sertório 557, 3A / São Paulo, Sao Paulo, Brasil
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Cuándo:
11 feb de 2017 - 11 mar de 2017

Inauguración:
11 feb de 2017 / 18:00

Organizada por:
Solo Shows

Artistas participantes:
Ursula Böckler
Etiquetas
Fotografía  Fotografía en Sao Paulo 

       


Descripción de la Exposición

SOLO SHOWS apresenta, pela primeira vez no Brasil, a do¬cumentação fotográfica de Ursula Böckler sobre a "aven¬tura" Brasileira de Martin Kippenberger, em 1985/1986. Em Dezembro de 1985, Kippenberger junto com Albert Oehlen deixou a Alemanha para o Rio de Janeiro, onde os dois permaneceram por algumas semanas e apresentaram um concerto no Jazzmania em Ipanema em 23.12.1985. Após Oehlen retornou à Alemanha, Kippenberger viajou para en¬contrar a artista e fotógrafa Ursula Böckler em Salvador da Bahia. Juntos, eles viajaram ao redor do Brasil, para Ma¬ceió, Recife, Brasília e Manaus. Derivado do Magical Mystery Tour dos Beatles, Kippenber¬ger apropriadamente intitulou sua própria viagem Magical Mysery Tour, com um plano para criar uma série de perfor¬mances e intervenções. Böckler foi convidada para acom¬panhar Kippenberger e documentar o jovem artista alemão in situ. As fotografias de Böckler retratam um Kippenberger um tanto ingênuo negociando um posto de gasolina perto de Salvador, dançando em bares, celebrando o seu 33o aniversario, e posando para a câmera na frente de escultu¬ras públicas. No entanto, é possível refletir sobre um período da história brasileira, logo após vinte anos de ditadura mili-tar, época em que o país, no meio de uma crise monetária, estava novamente em um movimento para se tornar algo diferente. Na ocasião da sua mostra no Buerau Mueller em Berlin (2016) Ursula Böckler publicou um conto sobre a Ma¬gical Misery Tour: Em dezembro de 1985, Martin Kippenberger me convida para uma festa de despedida na discoteca 'Alter Wartesaal' em Colonia, Alemanha. É a discoteca onde eu conheci Martin há alguns meses. "Kippi por favor, volte" está escrito numa imagem grande com o Pão de Açúcar. Em frente toca uma banda ao vivo. Na manhã seguinte, levei-o para o aeroporto de Frankfurt. Martin voa para o Brasil. As primeiras semanas do "tour miséria mágica" ele pas¬sou com Albert e amigos no Rio de Janeiro. Em fevereiro de 1986, eu pego um avião para Salvador. Martin já me espera no Othon Palace Bahia, um grande hotel cinco estrelas *****, com piscina e praia. Ele me convidou para acompanhá-lo como fotógrafa e assistente. É a minha primeira grande via¬gem fora da Europa e, ao mesmo tempo, meu maior desafio fotográfico até o momento. Em Salvador, alugamos um carro por vários dias. Martin não tem carta de motorista e eu gosto de dirigir. Fizemos um rolê pelos subúrbios de Salvador e ao longo da estrada, na costa. Do lado da marcha do carro, minha câmera subaquáti¬ca Nikonos 4-A com uma objetiva de 35" fica enrolada numa toalha. Começamos com o trabalho, paramos em frente de casas abandonadas, nos calçadões da praia, nas ruínas, em frente de edifícios estranhos e esculturas públicas. Martin da novos nomes as esculturas e assinala com seu símbolo, um quadrado em que ele pinta as letra K e numero do ano: 86. Eu o fotografo em diferentes poses em frente da arquitetura moderna e em frente de várias obras de arte. Registro as suas performances, como ele cola numa enorme garrafa de publici¬dade de cerveja, ou quando baixa as calças na frente de uma casa de praia que se parece com uma única célula. Nós paramos em um posto de gasolina que Martin já quer comprar e batiza-lo de "Gas Station Martin Bormann" (Esta¬ção Gasolina Martin Bormann). Ele me explicou que Martin Bormann foi um nazista de alta patente que escapou para a América do Sul, e agora opera um "posto de gasolina" em algum lugar no Brasil. Martin gosta das duas bombas de ga¬solina, porque você pode abastecer álcool. Ele projeta planos de remodelação para a estação que ele desenha com giz no chão. Em uma das paredes exteriores, ele rabisca o logotipo provisório "TMB". Os vários homens de serviço e os mecâni¬cos acham engraçado o nosso interesse no posto de gasolina em ruínas. Bebemos muito. Martin recolhe as contas, e aproveita os papeis como base para desenhos. Além disso, muitas vezes brigamos. Então, decidimos de começar com o projeto de arte correio "jogo de cartas Mau Mau". Quem joga não briga. Nós jogamos noites intermináveis e enviamos os resultados para galeristas, casais colecionadores, diretores de Kunstvereins, diretores de museus, artistas e amigos. Martin é muito bem or¬ganizado, viaja com todos os endereços da cena de arte. Cada rodada de Mau Mau consiste em três jogos. A pontuação é registrada e depois enviada para uma pessoa predeterminada via postal. Mandamos fazer um grande carimbo:. m.k. contra u.b., com tabelinhas para a pontuação. Quando o cara fez o carimbo, infelizmente, houve um pequeno erro de transmissão. E alguns "u" se transformam em "v". E assim o carimbo lê "Está muito quente e aqui estão os últimos resultados Mav Mav" - tudo bem! Martin está de saco cheio e tem um pouco de medo dos bandidos em Salvador, que apenas roubaram seus comprimi¬dos pra diarréia. No entanto, eu gostaria de experimentar um pouco da famosa cocaína sul-americana. Não é tão fácil che¬gar a alguma coisa. Num boteco nós compramos uma coisa indefinível. Martin fica horrorizado que eu experimento de qualquer maneira. O efeito é um pouco diferente do que es¬perava... Eu não falo Português nenhum, Martin um pouco. É ótimo ver como ele se articula "com as mãos e os pés" e em todas as linguas possíveis. Especialmente interessante é a noite em que ele compra uma caixa inteira de "baseados amendoim" de um jovem vendedor ambulante. O menino ainda recebe uma lição de negociação e multiplicação de números. Quando o exercício acaba, ainda ganha uma coca-cola. E continua. Nós compramos uma espécie de "bilhete na¬cional" e voamos pelo Brasil. Nossas quatro estações, relati¬vamente aleatórias, são: Maceió, Recife, Brasília e Manaus. Em Brasília, passamos apenas uma noite. Em Manaus, fica¬mos vários dias. Compramos piranhas preparadas en masse, visitamos a ópera, a floresta tropical e comemoramos o 33o aniversário de Martin em alguma boate. A festa é alegre. Mar¬tin dança Rock'n'Roll com as meninas e canta canções com a banda. Eu canto pra ele uma canção de aniversário fora do ritmo. Que vergonha! O tempo passa rapidamente. Já volto com os peixes prepa¬rados na bagagem. Por acaso, o dinheiro da viagem toda, vai parar numa bolsa de cassetes, na minha mala. Martin é ácido. Sua galeria tem de enviar-lhe o dinheiro. Poucos dias depois, ele volta para Colonia, Alemanha. Em abril de 1986, fazemos uma mostra em conjunto na galeria Achim Kubinski em Stutt¬gart. O título da exposição é "Você também será mais elegan¬te - Diálogo II com a Juventude". Martin exibe grandes obras emolduradas e pendura uma camisa "Magic Misery Tour". Eu mostro as fotos p/b do Brasil, bem como estudos sobre o corpo de Martin que tinha fotografado antes da nossa viagem para Colónia. Martin pinta um Charlie Chaplin enorme na porta e na parede. Em cima penduramos impressões da "Es¬tação Gasolina Martin Bormann". Depois levo Martin para um sanatório no Lago de Constança, onde ele começa uma desintoxicação de quatro semanas.


Entrada actualizada el el 06 mar de 2017

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