Descripción de la Exposición
Oscar Araripe / Uma auto apresentação
Minhas flores são flores que não são flores, em vasos que não são vasos, sobre toalhas que não são toalhas. Às vezes são visitadas por borboletas, que nem são borboletas.
Sou um pintor nascido da literatura, da escritura. Já pintei de tudo – de peras e maçãs aos casarios, às marinhas, às montanhas de Minas, aos retratos dos heróis e dos amigos. Mas, quedo-me pelas flores. Com elas me liberto da História e das historinhas, dos blábláblás conceituais, das anedotas, essas pragas da Pintura. Somente formas e cores, e o silêncio. Tudo que pintei foram cósmicas paisagens de flores magnetares.
Sou autodidata até aonde se pode ser. Orgulho-me de ter introduzido uma nova tela para a Pintura, graças à intuição. Aprendi minhas pinceladas fazendo e soltando pipa. Minha imaginação nasceu com o Carnaval do Rio de Janeiro, com os balões de São João dos subúrbios cariocas e com as bolas-de-gude da minha infância, no bairro proletário do Encantado, onde menino via universos coloridos em olhinhos de vidro, girando como um pião, e que eu podia jogar e quebrar, com todo talento e vigor.
Amo a linha, a sabedoria da mão, a exatidão do traço, o discernimento, a definição. Amo as coisas claras, e separo as cores das tintas. Creio que a arte faz a vida e a vida as cores. Sem vida não é cor; é tinta. Cores, tintas... Umas não existem, outras não valem nada.
Como a Arte faz a vida? – eis a nossa questão. Creio ser a Arte anterior à própria vida.
Eu pinto para que tudo vire pintura. Creio que revolução em Pintura é pintar um novo jarro de flores, nada mais do que isto.
A Liberdade é uma questão estética, não existe beleza na miséria. Toda flor é bela. Todo belo é livre. Eu pinto flores para viver de cores e morrer alegre.
Oscar Araripe
Exposición. 13 dic de 2024 - 04 may de 2025 / CAAC - Centro Andaluz de Arte Contemporáneo / Sevilla, España
Formación. 01 oct de 2024 - 04 abr de 2025 / PHotoEspaña / Madrid, España