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Flore

Exposición / Teodora Galerie / 25 rue de Penthièvre / Paris, Ile-de-France, Francia
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Cuándo:
11 abr de 2013 - 07 may de 2013

Inauguración:
11 abr de 2013

Organizada por:
Teodora Galerie

Artistas participantes:
Oscar Araripe

       


Descripción de la Exposición

A propósito da exposição de Oscar Araripe, com o título singelo de 'Flores', recentemente realizada na galeria Manuel Bandeira, da Academia Brasileira de Letras, e agora com novas telas mostradas na conceituada Galeria Teodora, em Paris, escreveu o curador e crítico Alexei Bueno: 'as flores dos seus quadros são como borboletas, as suas pétalas são asas, e não sabemos se as flores são borboletas pousadas nos caules ou se as borboletas são flores que passaram a voar.'

 

Quando li essa bela passagem, lembrei-me de uma narrativa de Borges segundo a qual o filósofo chinês Chuang Tzu sonhara ser uma borboleta, e não sabia, ao acordar, se era um homem que tinha sonhado ser uma borboleta ou uma borboleta que agora sonhava ser um homem. Oscar Araripe não tem dúvidas desse tipo. Ele não precisa sonhar para sentir-se borboleta. É de olhos bem abertos que ele proclama sua simpatia universal por todos os viventes. Simpatia reforçada, curiosamente, pela leitura de autores neo-evolucionistas, cujo mestre, Darwin, foi o primeiro cientista a confirmar a narrativa bíblica da filiação comum de todos os seres criados - homens, flores e borboletas.

 

E não é pelo sonho que Araripe amalgama as várias personalidades que convivem dentro dele, mas por um saber lúcido, adquirido pela intimidade com autores habituados a explorar psicologias complexas.

 

Entre essas diversas personalidades, está a de jornalista, pois foi editorialista, colunista e repórter de importantes jornais brasileiros. Fez literatura. Publicou uma trologia literária: Maria, Marta e Eu e, no ensaio, fez grande sucesso com um livro sobre a China, país que visitara a convite do governo de Pequim.

 

Mas entre as várias pessoas dessa pessoa múltipla está naturalmente a que acabou se tornando dominante, a de pintor (e não artista plástico, expressão que ele com toda razão abomina). Decidiu desde cedo tornar-se pintor, vocação que ele descobriu colecionando figurinhas, que os garotos grudavam num álbum, para concorrer a prêmios muito cobiçados. Um dia, desembrulhando uma bala, surgiu a 'figurinha difícil', as Três Graças, de Rafael, em todo o esplendor de sua radiosa nudez. A bem dizer, não foi a grande emoção estética de sua vida. Maior foi a Ascensão, de Tintoretto.

 

Mas tanto quanto pude apurar, Oscar nunca teve uma educação artística formal. Para ele, o essencial do seu aprendizado fez-se em sua infância num bairro proletário do Rio de Janeiro, soltando pipas, jogando bola. O que existe - assim resume ele seu credo artístico - é a arte, e a arte faz a vida, e a vida faz as cores. Só o próprio Oscar pode dizer se ele realizou ou não sua ambição de tornar-se 'o maior pintor de sua rua,' mas qualquer observador neutro dirá que ele se tornou um dos maiores pintores do Brasil. E um dos mais inovadores.

 

O inimigo da ditadura militar brasileira que teve que se exilar depois de cassado foi efetivamente um subversivo, e não só no sentido político, mas numa direção bem mais perigosa para a ordem pública. Muito além do que pensavam os órgãos de segurança, foi e continua sendo um subversivo, um subversivo cultural, inimigo de todas as estéticas oficiais, e um subversivo de si mesmo, sempre em busca de novas linguagens e novas formas de expressão. Por exemplo, entre suas originalidades está o uso da tela sintética e de estruturas tubulares como moldura e suporte.

 

Em sua fase atual, Araripe tem se concentrado em flores, como se viu. É o que ele próprio resume: 'Síntese: fazer de tudo, de tudo fazer, para depois só flores pintar.' De fato, ele tem feito tantas flores, que dele se poderia dizer o que se disse de Madeleine Lemaire, ilustre pintora francesa, amiga de Proust: depois de Deus, ninguém produziu tantas flores.

 

Oscar Araripe é tudo isso, e mais o marido de Cidinha, e mais o pai de filhos encantadores, e mais o amigo, e mais o interlocutor com quem é bom concordar e de quem é às vezes indispensável discordar. Ah, já ia me esquecendo. Esse homem de tantas identidades orgulha-se de ter mais uma, a de descendente de José de Alencar e a de parente de Araripe Jr., sobre quem fez uma primorosa conferência na Academia Brasileira de Letras. Alguém pode surpreender-se que esse homem tão múltiplo tenha se tornado um dos principais centros de irradiação cultural de Tiradentes - na pintura, mas também na música e na literatura?

 


Imágenes de la Exposición
Oscar Araripe, Flores Teodora 23, 2012

Entrada actualizada el el 26 may de 2016

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