Descripción de la Exposición
"A obra da artista lida com a matéria e a nossa experiência dela. Trata-se, ao mesmo tempo, de desmaterialização – como se uma pele da realidade exterior fosse tudo o que resta do que nos rodeia. De facto, o seu trabalho marca o equilíbrio imponderável entre a persistência da matéria e a mutabilidade e o hibridismo da matéria da arte. [...] Rita Gaspar Vieira trabalha com a matéria como informação e intimamente ligada à abstração do nosso mundo virtual. É um trabalho ligado ao pensamento do presente, que mostra como a matéria é um conglomerado que não é fixo e imutável, mas como pode se transformar em tudo e levar a todos os lugares: uma amálgama feita de fragmentos em movimento. Mostra as materialidades como íntimas, espirituais e, ao mesmo tempo, despersonificadas.
Esta exposição, que insere a sua obra no contexto dos Museus Geociências do Instituto Superior Técnico, é paradigmática da sua abordagem. Como transformar a pesada imobilidade da pedra em pura informação, sem corpo, flutuante, adaptável e omnipresente? A artista cria para si uma nova matéria híbrida – o papel manufaturado – que utiliza para captar as marcas dos seus espaços pessoais (chão do seu atelier) e juntamente com elas toda a informação que eles contêm. Introduzindo pó mineral, esta nova substância é aumentada pela aplicação, utilização, deformação e transformação de referências.
No seu trabalho, a matéria empresta temporariamente atributos de outros fragmentos de matéria – num fluxo contínuo entre culturas, pessoas, entre humanos e inorgânicos, entre camadas multi-temporais e multiespaciais. Neste modo essencialmente pós-digital de pensar a matéria, a escala move-se entre o infinito de partículas atómicas que formam o micro/macrocosmos da matéria para uma cartografia que traz realidades plurais."
(Marta Jecu, maio 2022)
Rita Gaspar Vieira (Leiria, 1976) opera no campo do desenho e da tridimensionalidade, a obra de Rita Gaspar Vieira tem vindo a problematizar relações entre a memória privada e a comum coletiva de lugares habitados, destacando a relação entre as práticas quotidianas e os procedimentos artísticos que essas práticas constituem no seu trabalho, ao considerar a diferença criativa alcançada face à expetativa com que estas ações são desempenhadas. No conjunto dessas práticas o uso da água é determinante. Além disso, na sua práxis, é recorrente a produção de papel de algodão artesanal, que se constitui como génese do desenho e das suas instalações.
Exposições importantes com a obra da artista aconteceram no MNAC - Museu Nacional de Arte Contemporânea, Lisboa, no Festival Münsterland, Países Baixos, no Cincinatti Museu de Arte Contemporânea, EUA, no Museu Coleção Berardo, Lisboa, no Arquipélago, Açores, Portugal, bem como na Ano Zero / Bienal de Arte Contemporânea de Coimbra.
Seu trabalho encontra-se em importantes coleções institucionais: CAPC - Círculo de Artes Plásticas de Coimbra, PT; FLAD - Fundação Luso-Americana pelo Desenvolvimento, Lisboa; Fundação P.L.M.J., Lisboa; Companhia de Seguros Fidelidade, Lisboa; M.A.C.S., Sorocaba, BR; Fundação Portuguesa das Comunicações, Lisboa; Figueiredo Ribeiro, Abrantes, PT; Col. Marín. Gaspar, Alvito, PT; António Cachola / MACE, Elvas, PT; Câmara Municipal de Leiria, PT.
Exposición. 13 dic de 2024 - 04 may de 2025 / CAAC - Centro Andaluz de Arte Contemporáneo / Sevilla, España
Formación. 01 oct de 2024 - 04 abr de 2025 / PHotoEspaña / Madrid, España