Descripción de la Exposición O MAM é o museu essencial do Rio de Janeiro. Nos seus espaços duas ou três gerações se formaram. Para os artistas de uma época foi o museu, o lugar obrigatório da arte na cidade. Esse espaço formativo, que experimentaram, exploraram e ocuparam, está presente, sem dúvida, no DNA dos trabalhos de toda uma época. Para alguns permaneceu na memória como um dado insistente que estimulava uma ambição não realizada. É o caso de Fernanda Gomes. A escala única, como poucas no mundo, da Sala Monumental, a horizontalidade envidraçada do espaço expositivo, que se abre também para outra paisagem única no mundo é uma experiência arquitetônica como poucas. Ocupá-las era, e ainda é, um dos desafios que o MAM propunha. Pois a exposição de Fernanda se trata de uma ocupação. Como? Madeira, vidro, papelão, móveis, barbante, objetos do cotidiano, coisas inteiras, fragmentos, pedaços, partes formam uma paisagem sui generis que se liga intimamente com a paisagem exterior, que não é a do cartão postal. Pode-se dizer que ela restaura, em outro plano, um espaço urbano quase extinto: o terreno baldio. Terreno baldio; onde as coisas mais inesperadas se encontram e convivem. Me ocorre que aí o trabalho de Fernanda realiza duas direções da arte brasileira, aparentemente opostas: Goeldi e Mira Schendel. Do primeiro o amor pelas coisas abandonadas e desamparadas que a cidade vai deixando de lado, da segunda a espécie de paisagem intima que mal se configura, no momento último do desaparecer. Pouco a pouco, caminhando pela exposição, em meio aos objetos que se dispersam e se agrupam, podemos reconstruir esta experiência. Quem sabe?
Formación. 01 oct de 2024 - 04 abr de 2025 / PHotoEspaña / Madrid, España