Descripción de la Exposición
No dia 17 de setembro, a partir das 16h, a Referência Galeria de Arte inaugura a mostra “Fábricas de fabulações”, de R.Godá. O artista visual apresenta sua mais recente produção realizada durante a pandemia. São 21 pinturas sobre tela em grandes e pequenos formatos, coloridas e em preto e branco, que chamam o público para a discussão sobre a devastação de florestas, em especial à do Cerrado do Centro-Oeste Brasileiro. Em suas telas, Godá cria engenhocas que recriam florestas destruídas pela ocupação predatória. A mostra fica em exibição até o dia 29 de outubro, com visitação de segunda a sexta, das 10h às 19h, e sábado, das 10h às 15. A Referência fica na 202 Norte Bloco B loja 11, subsolo, Brasília-DF. Telefone (+55 61) 3963-3501 e Wpp | (+55 61) 98162-3111.
O lúdico, o maravilhoso e o fantástico das engenhocas que trazem a vida de volta ao Cerrado estão por toda parte na obra de R.Godá. Artista goiano, que se divide entre seus ateliês em Goiânia e Pirenópolis, volta a expor em Brasília após seis anos, período em que produziu para exposições no Brasil e no exterior. Nos últimos quatro anos, o artista gestou a mostra que ocupa a Sala Principal da Referência. São 21 telas (14 em grande formato e 7 em pequeno formato), entre coloridas e preto e branco, ricas em detalhes e filigranas, foram iniciadas com o advento da pandemia da COVID-19, em 2020, e finalizadas em 2022. “Esta série de pinturas me tomou tempo em função dos muitos detalhes e ornamentos. Ela me ocupa há cerca de quatro anos. De certa forma, é uma nova fase do meu trabalho, construído no período angustiante da pandemia. É um trabalho inédito com ilusórias máquinas voadoras, aquáticas e terrestres feitas de sucatas, vegetais, corais, animais e criaturas fantásticas”, diz o artista.
Desde o final dos anos 1990, Godá expõe seus trabalhos que mergulham o espectador em uma “aventura fantástica e irônica”, como escreveu o crítico de arte do jornal italiano La Repubblica sobre a exposição realizada em Roma, 2019. Em “Fábricas de fabulações”, o artista traz um cabedal enorme de influências, que vêm da pintura, da literatura, da arte popular, das expressões artísticas de rua, sua primeira referência no mundo das artes. “O Brasil possui grandes artistas como José Antônio da Silva, Manoel Graciano, Zezinha do Jequitinhonha, dentre outros. Como eu, esses(as) artistas não tiveram formação acadêmica e, no entanto, seu trabalho fala sobre questões folclóricas/culturais, ambientais, sociais, políticas e econômicas de forma muito eloquente e com primor artístico”, comenta. Entram nessa conta os cartoons, filmes de época, animes, HQs, Cora Coralina e Siron Franco.
“Cora e Siron são meus conterrâneos, fazem parte da minha formação artística e humana. Estão presentes desde o início do meu trabalho e, hoje, noto que estão no meu inconsciente. Cresci buscando assimilar suas lições técnicas e morais, lendo, vendo exposições, assistindo a documentários, visitando suas casas e ateliês. A obra desses artistas é crítica ao fazer referência à natureza, aos povos indígenas, ao olhar poético para superar a dureza do dia a dia. Siron me marcou, especialmente, com seu trabalho sobre o acidente radioativo com o Césio 137”, diz. “Busco um equilíbrio necessário a partir da difícil problemática da sustentabilidade ambiental que nossa época enfrenta. Considero imprescindível a simbiose harmônica entre natureza e tecnologia para reverter o apocalipse em que vivemos”, comenta o artista. “A arte é uma potente linguagem para propor reflexões que não podem ser abafadas pelos poderes constituídos”, sentencia.
A galerista Onice de Moraes comenta que a obra de R.Godá traz em sua diversidade figuras e cores divertidas e fantásticas, uma fabulação necessária para entender e lidar com um mundo onde os excessos, de produção, de consumo e de destruição. “Godá propõe máquinas que recriam as matas como forma de preservação da vida e da alegria de viver em mundo repleto de animais, flores, frutos, cores. “O olhar nos surpreende a cada momento, pois há uma variedade tão grande de elementos na obra de Godá que a cada movimento dos olhos um elemento novo se revela e nos surpreende. De repente, morcegos verdes, corujas filhotes, casas com janelas de onde brotam galhos. Há por toda parte uma oncinha que nos espreita”. E continua: “Todos esses elementos, na maioria encontrados nas florestas brasileiras, principalmente no Cerrado, nos levam, na pintura de Godá, a habitar um Brasil sem queimadas, sem desmatamento, sem garimpos a destruir nosso solo e nossas nascentes”.
Sobre o artista
R.Godá (Goiânia (GO), 1980) participa de exposições coletivas e individuais desde 1999, como “Aurora Tecnicolor” e “Imagem Adquirida'', ambas no Museu de Arte Contemporânea de Goiás. Seus trabalhos foram apresentados a colecionadores e hoje fazem parte de coleções privadas, como a de Gilberto Chateaubriand, que também incluiu obras do artista em seu livro “Um Século de Arte Brasileira – Coleção Gilberto Chateaubriand”. Seus trabalhos anteriores podem ser vistos, ainda, nas publicações “Coleção Ana Luisa e Mariano Marcondes Ferraz”, de 2007, e “Trilogia: 1920 a 1950 - Roberto Conduru / 1960 a 1980 - Ligia Canongia / 1990 a Atualidade – Luiz Camillo Osório”, 2014. Em 2016, o artista apresentou a mostra “R.Godá – Desenhos e pinturas”, com curadoria de Divino Sobral. Em 2018, realizou duas individuais na Itália, sendo que “Surrealismo tropical”, em Roma, foi considerada uma das cinco melhores exposições daquele ano na Europa. Atualmente, o artista divide seu tempo entre os ateliês de Goiânia e de Pirenópolis (GO).
Exposición. 17 dic de 2024 - 16 mar de 2025 / Museo Picasso Málaga / Málaga, España
Formación. 01 oct de 2024 - 04 abr de 2025 / PHotoEspaña / Madrid, España