Exposición en São Paulo, Sao Paulo, Brasil

Espelhos de papel

Dónde:
Galeria Nara Roesler - São Paulo / Avenida Europa, 655 / São Paulo, Sao Paulo, Brasil
Cuándo:
02 abr de 2013 - 11 may de 2013
Inauguración:
02 abr de 2013
Organizada por:
Artistas participantes:
Descripción de la Exposición
Primera muestra individual de Vik Muniz en la Galeria Nara Roesler.

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A mais recente série criada por Vik Muniz consiste de fotografias em formato grande que deliberadamente evocam um elemento surpresa. À primeira vista, parecem conhecidas: uma galeria de imagens famosas roubadas: A origem do mundo, de Courbet; Vaso de flores, de Monet; Costela de carne, de Caillebotte, Sinfonia em branco, de Whistler. Porém, ao observá-las de perto, percebe-se que não são exatamente o que parecem. Cada imagem é uma colagem composta por centenas de outras imagens, tiradas de revistas que abordam os mais variados assuntos, de automobilismo a armas, astuciosamente dispostas em dégradé. Esse vertiginoso mosaico de imagens sobrepostas que dissolve o plano da obra em uma infinidade de pontos focais, foi escaneado e ampliado para que o público possa ver os pelos, as fibras e até a celulose do papel rasgado irregularmente. Iluminadas por uma ... única fonte de luz, como que para imitar a luz natural de uma pintura pendurada na parede, elas parecem ser tridimensionais. A fotografia funciona como uma espécie de cola, que revela uma densa colcha de retalhos composta por imagens midiáticas.

 

'Tive de arrancá-las das revistas, sem tesoura, para que parecessem mais casuais', disse Vik, ao explicar sua técnica de colagem, 'como se tivessem simplesmente caído lá, como confete'. Vik já quis ser psicólogo e se interessa pela teoria da Gestalt sobre percepção visual, reconhecimento de padrões e preenchimento. Há muito, o trabalho do artista explora a ideia do acidente intencional - ou, segundo Duchamp, o 'acaso em conserva' - ao brincar com a tensão entre contingência e intenção, em como o olho e o cérebro trabalham juntos para, com diz Vik, criar 'imagens multiestáveis'. Por exemplo, ele já criou uma cabeça de Medusa dentro de um prato com restos de espaguete, além de outras imagens icônicas que parecem ter surgido milagrosamente, feitas com calda de chocolate, diamantes, açúcar e caviar, em que se manifestam, como que por acaso, tal qual a mancha do rosto de Jesus no véu de Verônica. Ao fazer isso, ele espera dar vida nova a pinturas conhecidas, desgastadas e à 'batida' iconografia de pôsteres (Che Guevara, Marilyn Monroe).

 

Em suas colagens, Vik reconhece a influência dos affichistes [designers de cartazes] dos anos 1960, artistas que arrancavam pedaços de pôsteres para revelar outras imagens escondidas debaixo de suas décollages recortadas, subtrativas; ou de artistas do Fluxus, como Al Hansen, que reconstruiu ícones como a Vênus de Willendorf utilizando resíduos sólidos, como bitucas de cigarro e latas de Coca-Cola. Seu próprio trabalho há muito explora esse tipo de contraste entre alta e baixa cultura. Vik afirma que, sem dúvida, Pictures from Magazines 2 teve como inspiração o trabalho desenvolvido por ele no Jardim Gramacho, o maior aterro sanitário do Rio de Janeiro, onde realizou, em 2010, em colaboração com os catadores locais, um trabalho que consistiu em criar, a partir dos restos em meio aos quais eles trabalhavam, enormes reproduções de obras de arte (tema do filme indicado ao Oscar Lixo extraordinário).

 

'Quando se está em Gramacho', Vik explica, 'você fica cercado por algo que está entre objeto e substância. O lixo ainda não voltou para a natureza, ele ainda tem pedaços fragmentários de utilidade, coisas que podem ser identificadas, mas é muito cansativo e confuso, porque há sempre algo diferente que chama atenção'. Vik faz um paralelo com o mundo em que vivemos, saturado de imagens; esquadrinha-se a exaustiva sobrecarga de imagens em uma revista com atenção subliminar, antes de se encontrar algo interessante, do mesmo modo como o catador vasculha o aterro. 'O sentimento de ter tudo aquilo na sua memória é semelhante ao do entulho', diz ele. 'Criar uma imagem a partir de todo aquele lixo é muito sintomático da forma como vemos as coisas em nossos dias, há muitas distrações.'

 

Dentro do ambiente imaculado do museu, que é o contrário disso tudo, Vik certa vez percebeu que os visitantes entravam em fila para olhar para as pinturas de um local privilegiado. Daquela distância, tinha-se uma discreta visão da moldura da obra, o que permitia, ao mesmo tempo, que a composição preenchesse o campo visual do observador e que o olhar deste penetrasse na obra como que para explorar a materialidade da superfície, onde a obra se transforma em mera mistura de tinta e pigmento. Ele observou que alguns visitantes às vezes se moviam para a frente e para trás, como que em transe, ao explorar esse limite mágico entre conceito e matéria. É esse ponto de intersecção, Vik conclui sobre o encontro, que é o sublime na arte: 'Esses são os momentos', disse ele, 'que contêm, em sua transcendência, a verdadeira natureza da representação'.

 

Em suas fotografias em formato grande, Vik busca prolongar esse momento de sublimidade. A multiplicidade de imagens utilizadas para compor suas colagens acrescenta uma terceira camada mediadora, que envolve ainda mais o público e faz referência a toda a bagagem visual e cultural que cada um traz ao seu encontro com a arte. As peças isoladas que compõem o quebra-cabeça são, elas mesmas, imagens que chamam atenção e desaceleram o movimento do olho, frustrando qualquer leitura sem solavancos. É difícil resistir à busca por sentido, mas Vik tenta resistir a justaposições elaboradas, e prefere um labirinto de non sequiturs surreais: 'a figura de uma girafa ao lado de um bombeiro ao lado de uma torradeira - quanto mais louco e mais idiota, melhor' (o que remete ao que Lautréamont define como belo: 'o encontro casual entre uma máquina de costura e um guarda-chuva em uma mesa de operação'). Tudo resta deliberadamente ambíguo, como se pretendesse oferecer uma quantidade mínima de segurança ao espectador, enquanto este as apreende em um labirinto de possibilidades confusas: 'Tento evitar qualquer tipo de conclusão', diz Vik. 'A partir do momento em que você encontra a conclusão em uma imagem, seu impulso passa a ser o de afastar-se dela.'

 

Vik tem um interesse acadêmico por ilusões de ótica e piadas. 'Ambos são explorados em meu trabalho', ele afirma, 'e eu os levo muito a sério'. Assim como o cientista estuda a ilusão de ótica para demonstrar o funcionamento da visão por meio do estudo dos momentos em que ela é desfeita, ele desenvolve seu raciocínio, os linguistas estudam o humor para entender a linguagem. No ponto alto de uma piada, a frágil estrutura que foi montada na mente do ouvinte de repente desmorona. 'Nesse exato momento você ri e, por uma fração de segundo, está livre', explica Vik. 'É esse momento que quero capturar na minha arte - o momento em que você tem de lidar sozinho com as coisas - e, para que isso aconteça, você tem que se permitir uma boa dose de ambiguidade... De certa forma, quero que minha arte funcione como uma máquina que facilite esse acontecimento. Sou o relojoeiro, que trabalha nos bastidores, manipulando a engrenagem, de certo modo.'

 

 

 
Imágenes de la Exposición
Vik Muniz, Espelhos de papel

Entrada actualizada el el 26 may de 2016

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