Descripción de la Exposición
Em sua terceira exposição individual na galeria Gravura Brasileira o artista Cláudio Caropreso revisita imagens da História da Arte e as suas próprias matrizes de xilogravura manipulando os processos de impressão e desconstruindo as figuras em releituras originais.
"Entre a rua e a história da arte
Nenhuma arte pós pop-art é indiferente a ela. Movimento que revolucionou inúmeras trajetórias artísticas no mundo, aqui no Brasil a onda reverbera em profissionais magnânimos desde os anos 1960. As obras irradiam certos elementos da ironia, do kitsch, do humor e da iconoclastia. Se esmera na reconstituição dos acontecimentos de maneira libertina, abençoa profanamente o que conceitua, reflete, zomba. Junte tais características às ideias do Expressionismo, seu modo de distorcer as emoções, evocar os medos interiores e as incertezas da realidade e respire. As gravuras de Claudio Caropreso são originárias desta fusão polifônica e vigorosa em que pop-art e Expressionismo transparecem de modo tão sublinhado quanto difícil de eleger qual destes movimentos se sobrepõe à primeira vista. Ambos e nenhum, ei-lo na contemporaneidade.
A impetuosidade da cor arrebata em crítica social sempre presente. Caropreso deixa rastros de uma vida cotidiana transformada. A volúpia de uma modelo de Schiele se torna a enigmática feiticeira que traz o amor aos casais, uma personagem tão comum da informalidade urbana e da realidade brasileira. Uma criança com olhar baixo tem na testa a inscrição “ainda não tão cruel”, antevendo que, para muitos, o ódio vem tirar toda a pureza de uma época inocente. Em uma homenagem ao sul-africano William Kentridge, marca com letras em cirílico seu contorno, o que evoca uma imagem de esmorecimento de poder que talvez não venha do artista, mas da própria biografia dos homens influentes.
Separo, por iniciativa própria, três trabalhos que denunciam ensaios fortes de autorretratos. A cabeça partida ao meio com o espelhamento da palavra “reject” é a sua eterna briga com o ego interior e uma modéstia desmesurada como artista. Na obra que reproduz um cartaz de um professor de gravura e pintura parcamente escrito em um alemão sem sentido, o artista parece se esconder em um código no qual ninguém vai encontra-lo. No carrinho de reciclagem com número de telefone, Claudio Caropreso timidamente reproduz a caixa do sabão Brillo e das latas de sopas Campbell de Andy Warhol juntamente com “a fonte” de Marcel Duchamp. Nesta obra, ele se anuncia como este anti-herói, o Jackson de Nova York, aquele que pega e reaproveita tudo o que a história da arte lhe deu. Ali, reflete de esguelha seu ofício tratado como artigo descartável e a bruta desigualdade social que o distancia cada vez mais da possibilidade de uma integração entre suas personagens e ele mesmo.
Caropreso une referências atuais e sombrias para valorizar a rua, a urbanidade e, assim, suas figuras protagonizam um teatro dentro da gravura, uma metalinguagem de pinturas e desenhos contextualizados no tempo presente para que nunca nos esqueçamos que os marginalizados de ontem estão nas paredes dos museus de hoje."
Aurea Vieira, setembro, 2020.
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