Descripción de la Exposición
No dia 20 de abril, a partir das 16h, a Referência Galeria de Arte abre ao público a mostra Encarnação: entre o céu e o chão, de André Santangelo, com curadoria de Marília Panitz. O artista apresenta uma série de fotografias com interferências em tinta aquarela vermelha, objetos paisagem e cianotipias. Faturas diferentes que se articulam entre si pela imagem, pela técnica e pela temática. A mostra fica em cartaz até o dia 20 de maio, na Sala Principal da galeria, com visitação de segunda a sexta, das 10h às 19h, e sábado, das 10h às 15h. A entrada é gratuita e a classificação indicativa, livre para todos os públicos. A Referência fica na 202 Norte Bloco B Loja 11, Subsolo, Asa Norte, Brasília DF. Telefone (61) 3963-3501 e Wpp (55 61) 98162-3111. No Instagram @referenciagaleria.
A curadora Marília Panitz ressalta em seu texto sobre a exposição que André Santangelo “é um fotógrafo que é um pintor”. O processo de produção de Santangelo prima pela construção da imagem que se materializa a partir de duas imagens ou dois elementos que se fundem sem se anular, criando peles translúcidas que permitem ver entre as sucessivas camadas. E prossegue: “Para além da captura instantânea, se impõe a sobreposição, a montagem: camadas de pele cuja translucidez funde suas paisagens mínimas de céu e chão...ou água... com elementos que se imiscuem sub-repticiamente”.
Para a mostra na Referência, Santangelo apresenta uma série em que a ideia é fotografar e criar imagens que dialoguem com o sentir e o absorver. “Duchamp dizia que a fotografia é instantânea e a pintura um retarde. Retarde porque a formação das imagens deriva de um tempo dilatado onde o artista e obra passam por vários processos. Minhas fotografias são um retarde”, diz o artista. Nessa exposição, a tinta vermelha encarna o papel fotográfico no qual foi retratada a cena.
Na série de fotografias tingidas de vermelho, adolescentes do Paranoá e do Itapoã andam numa corda bamba na beira do lago Paranoá. “Depois de encarnadas criam um significado mais agudo da nossa realidade. Existe uma relação também com o conceito de margem, onde começa e termina uma coisa uma obra de arte. Essa questão me remete a Lygia Clark e Ernesto Neto que vão dialogar com o conceito de outra maneira. Aqui temos a margem do lago filmado em macro, a margem o limite de absorção da fotografia e adolescente a margem da sociedade”, afirma Santangelo.
Junto com as fotografias, o artista apresenta uma série de cianotipias, três objetos paisagens e dois vídeos curtos. Todos os trabalhos se relacionam tanto com a série fotográfica quanto com a produção anterior de Santangelo. “Existe um contínuo, um religare. Assim, todas as exposições individuais estão interligadas. A pesquisa com a linguagem é única e se apresenta em partes. Evidencio as duas últimas exposições individuais que dialogam e se complementam a essa nova que agora será apresentada na Referência”, diz o artista. Uma dessas obras formada por três obras de 100x100cm e um funil de separação (decantação de laboratório) que gotejava sobre um ecoline vermelha (mesma tinta utilizada nessa exposição) sobre uma das obras respingando também na do lado, criando uma imagem que se formava no decorrer da exposição. Uma questão de cor se apresentava naquela exposição com os conjuntos amarelos, azuis e vermelhos. “As cores me importam muito. A nova exposição é vermelha, é encarnada com um pouco de azul que me orienta”, sentencia.
“PS: O azul e o encarnado (em seu duplo comparecimento) estão assentados na cultura popular desde tempos imemoriais: pastoris, batalhas entre mouros e cristãos, religião, folguedo, inscrição inconsciente. Aqui tais matizes se apresentam como possíveis imagens complementares. Como mergulho na cor ancestral, como contaminação desejada das formas cotidianas subvertidas. Horizontes. Aparições.”
Marília Panitz, curadora
Sobre o artista
André Santangelo realiza suas primeiras exposições ainda jovem ao apresentar fotografias, desenhos e pinturas. Estudou na Escola de Artes Visuais Parque Lage (RJ) e na Faculdade de Artes Dulcina de Moraes (DF) e é pós-graduando em História da Arte. A partir de 1999, apresenta diversas instalações e intervenções urbanas aliadas a uma prática diária em ateliê, onde produz continuamente, desenhos, pinturas, fotografias, textos, fotomontagens, áudios, vídeos e videoinstalações.
Sobre a curadora
Curadora independente, Marília Panitz foi professora do Instituto de Arte da Universidade de Brasília, até 2013. Dirigiu o Museu Vivo da Memória Candanga e o Museu de Arte de Brasília. Pesquisadora e coordenadora de programas educativos em exposições. Atua como crítica de arte e curadora independente, realizando projetos com ênfase na produção artística do DF, entre eles Azulejos em Lisboa Azulejos em Brasília: Athos Bulcão e a azulejaria barroca, Lisboa, 2013; Vértice – Coleção Sérgio Carvalho, nos Correios em Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo 2015| 2016; 100 anos de Athos Bulcão CCBB Brasília, Belo Horizonte São Paulo e Rio de Janeiro, 2018-9; O Jardim de Amílcar de Castro: neoconcreto sob o céu de Brasília, no CCBB-Brasília, 2022-24.
Exposición. 19 nov de 2024 - 02 mar de 2025 / Museo Nacional del Prado / Madrid, España
Formación. 23 nov de 2024 - 29 nov de 2024 / Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía (MNCARS) / Madrid, España