Descripción de la Exposición
António Carrapato foi durante bastante tempo fotojornalista do jornal Público, mas em paralelo foi desenvolvendo um trabalho de fotografia criativa. Conhecido num grupo mais restrito de pessoas do meio fotográfico, tem agora a sua primeira exposição antológica nesta galeria cobrindo um período desde que vai de 1985 a 2015, começando no preto e branco e prolongando-se pela cor.
A exposição tem a curadoria de José Soudo, que realizou um trabalho verdadeiramente notável na selecção e montagem das 103 fotografias que constituem a exposição.
Encantamento é o título dado pelo curador a esta seleção do trabalho fotográfico de António Carrapato, mas passemos ao texto escrito por José Soudo para a ocasião:
Vilém Flusser diz-nos nos seus tratados filosóficos sobre técnica e arte, que as imagens são
superfícies meramente bidimensionais onde se pretende fazer a representação das dimensões
espácio-temporais da realidade.
Também nos acrescenta que é a nossa imaginação específica e abstrata, que lhes confere a ilusão de ligação á realidade, ao fazermos a leitura das mesmas, que tanto pode ser superficial como profunda.
Também nos lembra, que é ao fazermos a sua análise mais aprofundada, por varrimento, que lhes incorporamos impulsos nossos e também impulsos provindos do executante…
É também nos diz que é isso que nos remete à leitura interpretativa e conotativa, ou seja, que o
que cada um de nós vê a partir das mesmas imagens, pode não ser interpretado da mesma maneira por pessoas diferentes.
Tudo isto são evidências.
Vem tudo isto a propósito dos trabalhos, deste trabalho fotográfico em concreto, do António
Carrapato, amigo de longa data, com quem me cruzo há mais de 25 anos, pois sempre que os
“leio”, sou remetido para um estado de “ENCANTAMENTO”.
Estas séries, que nos são dadas a ver neste espaço da Galeria Módulo, carregadas de pequenas e enormes subtilezas, assim como de abordagens tão delicadas e intimistas, têm (para mim), o condão de nos evidenciar os poderes ocultos deste fotógrafo, qual mágico, para nos seduzir e inebriar, provocando sensações de embriaguez e felicidade, apenas porque lhe olhamos as imagens.
Percam o vosso tempo com elas, pois quem sabe se não é isto que o velho Flusser nos quer dizer quando afirma que …”as fotografias não têm nada de mágico porque são técnica pura, no entanto são imagéticas, porque vivem de magias...
António Carrapato, nascido em Reguengos de Monsaraz no ano de 1966, começa a sua carreira nos anos 90, a fotografar para os principais jornais portugueses.
Em paralelo desenvolve um trabalho de autor, em que constrói uma temporalidade de
acasos significativos com um humor muito específico.
É no território rural do Alentejo, mas também em contextos urbanos internacionais, que utiliza a sua capacidade de observação para criar um universo visual onde a relação entre o homem e a sua envolvente revelam subtis ironias ou absurdas coincidências.
António Carrapato estou fotografia no Ar.Co e apresenta um curriculum de exposições colectivas apreciável de que poderemos destacar Aldeias Gémeas, Museu da Aldeia da Luz (2013), Riso, Fundação EDP (2012), Nós, Museu de Évora (2009). Recentemente figurou na exposição intitulada Grupo de Évora com curadoria de Alexandre Pomar ,que se iniciou na Pequena Galeria em Lisboa e depois circulou por Sines (Centro Cultura Emérito Nunes) e Évora (Palácio D.Manuel) durante o ano de 2013.
A obra fotográfica de António Carrapato encontra-se em várias publicações como Planeta Ovibeja(2008, Arte na Fundação Luso-Brasileira(2007) e Extensão do Olhar, Uma antologia visual da fotografia portuguesa contemporânea (2005) da Fundação PLMJ.
Exposición. 19 nov de 2024 - 02 mar de 2025 / Museo Nacional del Prado / Madrid, España
Formación. 23 nov de 2024 - 29 nov de 2024 / Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía (MNCARS) / Madrid, España