Descripción de la Exposición
Pensando o conceito de efígie – uma representação icônica – nos retratos feitos por fotógrafos em busca de atingir poderosas abstrações e ressignificações que propiciem um entendimento sobre a nossa natureza, vemos a aura e o poder de construção de uma imagem que representa o homem. As preocupações estéticas e os diálogos propostos na presente mostra ora se aproximam, ora se afastam desse conceito de representação, além de trazerem frescor e abrirem vias para análises poéticas distintas. Com isso, nos deparamos com uma investigação lírica, uma procura por atingir um grau de encantamento. E, também, com uma tentativa de nos eternizar, quase transformando todos nós em divindades.
Temos, então, nesse espectro diverso, propositores de imagens procurando, cada um a sua forma, pensar como transfigurar aquilo que nos é mais próximo: nossa própria simulação imagética. Partindo do pressuposto que sempre nos reconhecemos representados em toda e qualquer imagem humana, o autorretrato tornaria-se dispensável. No entanto, ele está cada vez mais presente, e fica difícil imaginar sua ausência em tempos de tantos selfies.
Deitando o olhar no conceito de alegoria, quando se representa simbolicamente um objeto para significar outro, visualizamos, nesta exposição, trabalhos empenhados em dizer além das aparências do que surge na superfície, expressando pensamentos e emoções, ultrapassando, até mesmo, a ideia de metáfora.
Lembrando que esta galeria está inscrita dentro de uma escola de imagem, não tememos correr o risco que assinalava Platão sobre jovens miradas: “quem é novo não é capaz de distinguir o que é alegórico do que não é”. Vamos procurar nos ver além do retrato, além do que somos, vamos nos perpetuar como uma efígie.
Marco Antonio Portela (curador // comisario)