Duplex articula o envolvimento de Alexandre da Cunha com as culturas de consumo, reuso, materialidade e com a história da arte. Centrais ao trabalho de da Cunha são o ready-made e, especialmente, a forma como as percepções sobre os objetos são afetadas pelo contexto, pelo tempo e pelos resultados da força de trabalho. O processo complexo e sutil de transformação dos materiais e das imagens realizado pelo artista cria encontros com objetos do cotidiano que rompem as respostas instintivas e inerentes dadas a certos materiais, provocando diversos modos de compreensão: um tecido torna-se mármore, esfregões viram tapeçaria, as ferramentas de construção se transformam em relíquias misteriosas e os objetos do cotidiano ecoam precedentes históricos da arte. O resultado é um diálogo vibrante entre a história e a função de símbolos e materiais na sociedade; como bancos de parque, guarda-chuvas, betoneiras e toalhas de praia.