Descripción de la Exposición ------------------------------------------------------- ------------------------------------------------------- Dorindo Carvalho talvez seja, acima de tudo, um cáustico gravador de grotescos. Nesse domínio produziu alguns magníficos quadros e desenhos, absolutamente originais e que, no entanto, podem fazer-nos pensar num Jorge Vieira, nas suas peculiares deformações do real e até por vezes em Botero, pelo seu gosto da vitalidade e da espessura. Mas Dorindo é um experimentador, que não se fixa numa aventura estética, num processo, numa maneira. Como se se procurasse sempre e, encontrando-se em estilhaços de escolas e tendências, dos quais se apropria, passasse por uma decomposição das formas próximo da abstração para regressar a uma plena figuração lírica, de cores quase estridentes e grandes superfícies lisas. São dessa fase as suas ceifeiras, o seu Alentejo visto em azul e ouro ou em restolhos de tórrido calor. Em quase todos os momentos maiores, a pintura de Dorindo é social, carrega consigo, na força do traço, na violência de certas formas, mais até do que nos motivos, o povo, a aspereza do trabalho, a escura canga dos dias pobres. Não que a arte de Dorindo seja muito explicitamente política, mas porque a sua mente e a sua mão falam a linguagem da forja de Vulcano, o feio torna-se belo na transmutação que esse fogo opera nas realidades cruas do barro condenado, dos forçados da cidade. A Venezuela proporcionou-lhe o contacto com outro imaginário, a visão de corpos e flores eufóricas, a imagem viva e explosiva do sofrimento e do rancor de uma humanidade sujeita à fome e à exclusão e que se atordoa com ritmos e cantares. A América Latina palpita na pintura de Dorindo Carvalho e nas suas poderosas figuras que às vezes gritam. O desenho gráfico, vocação e modo de vida, atinge então, mormente em capas de livros, e ilustrações, uma dimensão quase brutal de revolta, que se traduz em musculaturas agressivas, maquinarias monstruosas, símbolos e alegorias revolucionárias. Dorindo Carvalho está medularmente ligado (...) à memória de Abril que viveu, nas grandes alegrias e nas deceções amargas. A sua obra variada e apaixonada espelha tudo isso.
La exposición reúne, de manera inédita, un amplio conjunto de obras que son ejemplos de 50 años de la actividad artística del autor, desarrollada en los tres continentes donde se estableció (Europa, África y América).
Exposición. 19 nov de 2024 - 02 mar de 2025 / Museo Nacional del Prado / Madrid, España
Formación. 23 nov de 2024 - 29 nov de 2024 / Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía (MNCARS) / Madrid, España