Descripción de la Exposición
Dias Melhores, Verão” apresenta um rito de passagem e mudança de estação, que traz boas-vindas para o ano que se aproxima. Uma exposição que simboliza o frescor e as fricções ao se projetar um desejo por dias melhores. Para encerrar 2022 e celebrar o primeiro ano da galeria no bairro da Gávea, reunimos artistas convidados, como Gabriella Marinho, Guy Veloso e Marcelo Monteiro, ao lado dos artistas representados, Edu Monteiro, Hal Wildson, Jan Kaláb, Marcela Gontijo, Marcos Roberto, Pedro Carneiro, Tinho e Xico Chaves.
Nesse ritmo de travessia, passamos debaixo de “Atol”, instalação de Gabriella Marinho, composta por diversos objetos de cerâmica feitos à mão pela artista, com pequenas peças de vidro, que aludem às ilhas oceânicas. Suspensas por uma rede, podemos ver a imensidão do céu pelas frestas dessa trama. Nesse encantamento advindo do céu e do mar, adentramos no ambiente de cores vibrantes, com obras que remontam a memória da infância, a intensidade do calor, a diáspora, a rua, o carnaval, a paisagem, o corpo e a relação do desejo, tanto por mudanças como por uma crítica ao consumo.
Para celebrar esse momento, trazemos a representação da guerreira Iansã, orixá dos ventos, das tempestades e da intensidade, através da fotografia de Guy Veloso, onde o artista retratou a comissão de frente no "Ritual do entardecer” durante o desfile de 2019 da escola de samba Portela. Afinal, como falar de verão sem trazer a maior festa popular do Rio de Janeiro? Ao seu lado a pintura "Oloxá, Rainha, Janaína, Iemanjá", de Pedro Carneiro, segurando flores brancas ao fundo de um rosa vibrante, uma ode à cura, sorte e proteção.
Ao longo da exposição, temos uma cartografia de fotografia da série “Paisagem Vertical” (2022) do artista Edu Monteiro que vem acompanhando os desgastes e transformações das paisagens verticais do sul do país, e a série “Memória e Infância”, do artista Hal Wildson, que resgata a importância da sobrevivência dos rios, especificamente, o Araguaia, que banha os estados de Goiás, Mato Grosso, Tocantins e Pará. Em destaque, a complexidade da classe trabalhadora pintada por Marcos Roberto na série "Tampando o sol com a peneira", onde utiliza uma rude peneira, objeto comum na construção civil que permite passar a areia pela trama de aço, para pintar um trabalhador carregando um carrinho de bebidas - essa classe trabalhadora, em sua maioria sem condições mínimas trabalhistas, estão presentes no cotidiano das praias do Rio de Janeiro.
As cores e as formas são elementos fundamentais nessa exposição, como na intensidade da cor e seu diálogo no espaço presentes nas pinturas de Jan Kaláb e nos bordados de Mateu Velasco, na materialidade e textura da escultura de Marcelo Monteiro, e no gestual e oracular da pintura “Mutações” de Marcela Gontijo, que traz linhas verticais e horizontais resultantes de um sistema criado pela artista através do I Ching.
Como de costume, ao final de cada ciclo, recordamos acontecimentos e reflexões do decorrer do ano e lançamos os nossos desejos para a virada, onde almejamos enxergar o mundo de outra forma, com outra lente, como nos objetos de Xico Chaves, nos quais o artista apresenta um “Livro de Pedra” com um olho mágico e “Óculos cósmicos". Diante disso, trazemos os nossos…
Ao longo de 2022 foi criado no casarão centenário da galeria, um lugar voltado para fruição artística e experimentação de nossos artistas representados e convidados. Os artistas Mateu Velasco e Edu Monteiro foram convidados a ocuparem esse lugar ao longo das exposições coletivas "Das espumas querer salvar uma ruína" e "Riscos, brechas e ruínas" respectivamente, assim como nas individuais "Calor" de Jan Kálab, "Re-Utopya" de Hal Wildson, "Cartas ao Afeto" de Pedro Carneiro e "Oráculo" de Marcela Gontijo. Nesta exposição convidamos o artista Tinho para ocupar esse espaço com sua série inédita “Marcas de Poder” que traz reflexões sobre o consumo e sua influência na sociedade.
"Dias Melhores, Verão" lança a expectativa de abrir caminhos e micro transformações para "esperançarmos" tempos melhores. Como na canção:
“A esperança equilibrista
sabe que o show de todo artista
tem que continuar”
(Aldir Blanc e João Bosco)
Texto: Érika Nascimento
Exposición. 13 dic de 2024 - 04 may de 2025 / CAAC - Centro Andaluz de Arte Contemporáneo / Sevilla, España
Formación. 01 oct de 2024 - 04 abr de 2025 / PHotoEspaña / Madrid, España