Descripción de la Exposición
Almeida & Dale Galeria de Arte celebra centenário do pintor cearense Antonio Bandeira
Mais de 50 obras, entre autorretratos, paisagens, árvores, resgatam o percurso do artista na mostra “Desfolharei meus olhos neste escuro véu”, que tem curadoria da professora e curadora Galciani Neves
A partir da linguagem já conhecida do cearense Antônio Bandeira, radicado em Paris e morto em 1967, aos 45 anos, a exposição “Desfolharei meus olhos neste escuro véu”, que a Almeida & Dale Galeria de Arte apresenta, de 28 de maio a 02 de julho, pretende aproximar discurso plástico de alguns textos e depoimentos de toda trajetória do artista marcada pela pintura. “Muito se conhece da sua saída do Ceará e chegada em Paris, mas quem foi Bandeira? Que mãos são essas que tanto produziram tanto em tão pouco tempo?”, se pergunta a curadora convidada Galciani Neves.
Antônio Bandeira foi um pintor e desenhista brasileiro, dos mais valorizados e com obras nas maiores coleções particulares em museus do Brasil e do mundo. Sobre ele, diziam: “que tentava fazer pintura e não pintar quadros, que era uma figura que transitava com a mesma disponibilidade por botequins e embaixadas, que Paris revelou o artista cearense para o mundo, que ele se esquivou dos ismos, que sua obra caminhava entre o abstracionismo lírico, informal, tachista”, reflete Galciani no texto de apresentação da exposição.
A lista de narrativas recorrentes é extensa e, agora, nos 100 anos de seu nascimento, a galeria busca pelo que não foi dito, saindo da lógica cronológica e linear para uma aproximação das obras a partir de trabalhos que se conversam. “Na primeira sala, por exemplo, reunimos pinturas escuras, entre paisagens noturnas e composições em que a cor preta predomina. Na segunda sala, a cor azul invade as cidades e paisagens pintadas por Bandeira. E nas outras salas, as árvores, por exemplo, surgem multicoloridas. A seleção de obras vai se costurando pelos autorretratos produzidos pelo artista em diferentes momentos de sua trajetória”, explica a curadora.
“É fundamental inventarmos modos para olharmos e convivermos com a obra de Bandeira. Isso requer uma pesquisa profunda. O que tentamos fazer nessa mostra foi, a partir uma leitura sobre o que é bastante recorrente na fortuna crítica brasileira sobre sua obra, olhar para seu trabalho para além de marcos históricos, para além dos ismos que ele tanto evitou. E adentrar a densidade de seus gestos, de suas composições cromáticas, fisgar um tanto da subjetividade de Bandeira em sua obra e em seus escritos. Talvez, até imaginar o que seriam as memórias acumuladas pelo artista e perceber suas pinturas como relatos das experiências que teve e dos lugares por onde passou, como o pequeno ateliê em Paris, os bairros de Fortaleza, o mar do Rio de Janeiro, as cidades italianas”, conta Neves.
Compondo a exposição, uma áudio-instalação do artista João Simões convida o visitante a divagar pelas obras. João Simões se apropria do texto de Marguerite Duras, presente no vídeo “As mãos negativas”, de 1979, no qual a artista narra um ser humano, em tempos longínquos, que do alto de uma falésia, fita a imensidão do tempo, do oceano e de sua solidão. Assim, a curadoria propõe uma aproximação entre tempos, entre gestos e entre mistérios de deixar marcas no mundo.
Exposición. 13 dic de 2024 - 04 may de 2025 / CAAC - Centro Andaluz de Arte Contemporáneo / Sevilla, España
Formación. 01 oct de 2024 - 04 abr de 2025 / PHotoEspaña / Madrid, España