Descripción de la Exposición
Da fotografia ao azulejo termina a sua digressão ibérica no museu de exaltação nacional inventado por António Ferro no antigo regime. Fica até outubro do próximo ano
Reabre ao público, hoje, mais uma vez o Museu de Arte Popular, em Lisboa. "Era uma pena termos este espaço aqui fechado", resume a diretora-geral o Património Cultural, Paula Silva. Encerrado pela ministra Isabel Pires de Lima, em tempos de governo de José Sócrates, motivou reações fortes da sociedade civil. Reabriu em 2009, mas, sem programa, fechou de novo as suas portas. Da fotografia ao Azulejo é a exposição que pode ser vista até outubro do próximo ano.
Esta exposição termina no Museu de Arte Popular (MAP) uma itinerância ibérica que começou há cerca de um ano do Museu Nacional Soares dos Reis, no Porto, seguiu para Léon e continuou no Museu Nacional de Antropologia, em Madrid, onde o curador, José Luís Mingote Calderón, é conservador da coleção europeia.
Dedicou-se desde 2008 a fotografar, e identificar, painéis de azulejos do século XX e as respetivas fontes de inspiração, com a fotografia à cabeça. É o que nos dizem as imagens de grandes dimensões, ampliadas de propósito para a mostra no Museu de Arte Popular (MAP). Estão lá os nomes incontornáveis: Carlos Relvas, Marques Abreu, Emílio Biel ou Domingos Alvão, autor da fotografia que faz a imagem da exposição.
"Tenho identificados 900 painéis de azulejos, de 80 lugares", diz o historiador espanhol. "A partir de certa altura decidi que tinha de escrever qualquer coisa", conta, no final da visita o curador. Uma das conclusões a que chegou: "Passou a pesquisar-se nas revistas como não tinha sido possível até então, a fotografia é a verdade, quando [anteriormente] a gravura podia a interpretação do artista", afirma. "Por trás de tudo isto existe uma palavra: modernidade. É semelhante ao que acontece com a Internet", remata.
À procura de um programa
O museu reabre após obras de conservação da sua cobertura. "Foi construído para não ser perene e portanto tem as suas patologias", explica a diretora-geral do Património Cultural. As obras continuam e a ala que ficou por abrir agora (dedicada às Beiras no museu original), deverá abrir portas ao longo de 2017. "O programa está pensado, mas ainda não completamente fechado", confirma Paula Silva, na apresentação à imprensa.
O plano é trazer o espólio encomendado por António Ferro quando estava à frente do Secretariado Nacional de Informação.
O diretor do Museu Nacional de Etnologia, que tutela o MAP, lembra o desafio da reabertura do espaço com as suas coleções originais. "O país que o MAP tratava não é o mesmo. Não tem de ser o discurso ideológico ao serviço do Estado Novo. Pressupõe um discurso novo e é por aí que queremos ir", diz Paulo Costa. No futuro, anuncia, haverá um centro interpretativo do museu.
Tempos novos, em que nem mesmo o termo arte popular se usa. "Tem de estar virado para o património material e imaterial", sustenta Paula Silva, recordando as técnicas que têm sido distinguidas pela Unesco (cante alentejano, chocalhos, falcoaria e cerâmica de Bisalhães).
As coleções do MAP foram integradas no MNE quando o museu fechou, há quase 10 anos. São cerca de 11 600 e estão acessíveis ao público nas reservas da vida rural. "Um trabalho colossal do Museu de Etnologia, conduzido pelo então diretor, Pais de Brito. Acolheu-se a coleção, fez conservação preventiva, urgente, e inventariação sumária de todas peças", relata o atual Paulo Costa, atual responsável pelos dois espaços.
Estas peças juntaram-se aos cerca de 40 mil objetos do MNE, recolhidos nos anos 60, e depois, por Jorge e Margot Dias, Fernando Galhano, Ernesto Veiga de Oliveira e Benjamim Pereira.
A exposição Da fotografia ao azulejo está no Museu de Arte Popular (avenida Brasília, Lisboa), até 1 de outubro de 2017. Entrada: 2,5 euros.
Exposición. 31 oct de 2024 - 09 feb de 2025 / Artium - Centro Museo Vasco de Arte Contemporáneo / Vitoria-Gasteiz, Álava, España