Descripción de la Exposición
A Galeria Marcelo Guarnieri tem o prazer de apresentar, entre 22 de maio e 26 de junho de 2021, "Continuum", segunda exposição individual da artista Flávia Ribeiro na sede da galeria em São Paulo. A mostra, que tem curadoria de Henrique Xavier, reunirá trabalhos em escultura, desenho e fotografia produzidos entre 2014 e 2021. Por mais de quarenta anos, Ribeiro vem examinando as possibilidades plásticas e simbólicas da matéria, construindo um universo de formas e composições que revisita com frequência. Seus objetos parecem estar sempre em trânsito, pulando da terceira para a segunda dimensão, ou da segunda para a terceira. Assumem múltiplas formas de existência, sendo papelão e parafina para logo então ser bronze, ou ser guache para depois ser veludo. Podem articular-se em módulos como peças soltas, o que lhes permite infinitas combinações e também podem pender a partir de pontos de apoio fixados na parede. A exposição incorpora esse espírito metamórfico e se organiza em torno do desejo de provocar novas leituras aos trabalhos produzidos em diferentes períodos através das relações espaciais criadas entre eles.
A Sala 1 recebe apenas duas obras: a fotografia "Duplo Figurado" e a escultura "A Casa", ambas produzidas em 2014. A imagem do acolhimento nesse primeiro ambiente é direcionada a uma ideia de introspecção, tanto pela imagem de um corpo, que aparece de costas na imagem fotográfica, quanto do objeto que segura em suas mãos, uma peça muito semelhante à própria escultura "A Casa", ainda sem divisórias. A casa e o corpo, duas arquiteturas que configuram um abrigo, parecem impessoais quando desprovidas de um rosto ou de sua mobília, mas mesmo sendo evasivas de um sentido fixo, tais obras convidam a uma relação, permitindo ao espectador preencher aquela ausência.
A dupla existência da peça de bronze enquanto objeto e enquanto imagem já anuncia operações semelhantes que se repetirão ao longo da exposição: transições entre mídias que provocam aparições e desaparições. Esse é o caso de "Corpo", peça de veludo e bronze recostada na parede da segunda sala que, embora possua as mesmas dimensões e mesma silhueta de "Duplo Figurado", já não revela imagem nenhuma além da pátina negra absoluta sobre a superfície do bronze. Entre o desenho e a escultura, há um interesse pela variação de escalas, tanto daquela que pode caber nas mãos, como daquela que ultrapassa a dimensão do corpo humano. No campo tridimensional, é possível pensar nessa relação a partir da maquete, já que a artista se utiliza dela como uma ferramenta prática e poética. Prática no momento da montagem da exposição, pois sua escala reduzida lhe permite dimensionar o espaço expositivo e visualizar as relações entre os trabalhos, poética quando tem sua função de projeto subvertida, adquirindo autonomia enquanto objeto escultórico, como em "A casa" e "Planinhos".
A Sala 2 é aquela que recebe, além de "Planinhos", outras obras que exploram as ambiguidades do pequeno formato, como "Existências mínimas" e "Campo para pensar I". A primeira é uma série de objetos realizados com tocos de madeira, galhos secos de ipê e pedras que a artista encontrou durante os dois meses de confinamento que passou em um sítio, no ano passado. A segunda é composta por uma placa de parafina onde repousam estruturas que remetem graficamente a alguns de seus trabalhos, formadas por arame, fio de cobre, organza de seda, espinhos, sementes e estanho. Ambas dividem uma bancada e assemelham-se a pequenas arquiteturas, sendo resultado de um processo autorreflexivo e ao mesmo tempo criativo, dado seu caráter referencial e serial. Ainda na mesma sala serão apresentados nove desenhos sobre papel manteiga, papel croqui e feltro produzidos entre 2016 e 2021 que também configuram-se como campos para pensar. Devido a sua translucidez, o papel croqui permite à artista trabalhar com sobreposições e rearranjos, aludindo imediatamente à ideia do esboço, daquilo que está em processo de elaboração e portanto passível de mudança.
Desde os anos 2000 Flávia Ribeiro explora o bronze como material de trabalho, mas foi durante os últimos oito anos que dedicou maior atenção a ele, produzindo algumas das peças que integram a exposição e que ganham maior destaque na terceira e última sala. As conotações monumentais e hierárquicas historicamente atribuídas a esse material são perturbadas através de aproximações formais que a artista estabelece entre suas peças fundidas e as irregulares estruturas e superfícies de materiais orgânicos, como gravetos e sementes. Em diálogo constante com a tradição da arte moderna, que tem a estrutura visual da grade como um de seus grandes emblemas, a artista não adere totalmente ao silêncio ou à autonomia que foram associados a esse esquema construtivo, incorporando a matéria orgânica em seu trabalho não só formalmente ou materialmente, mas também conceitualmente, a partir de sua condição efêmera que supõe movimento e transformação, nunca imobilidade.
A Sala 3 reúne, além de peças em bronze e estanho produzidas neste ano de 2021, outras peças em bronze de caráter mais instalativo produzidas entre 2016 e 2018 e “99 desenhos”, um conjunto de desenhos produzidos entre 2017 e 2019 que fazem referência a outras de suas esculturas e que ocupa a totalidade de uma das paredes da sala. A simultaneidade de tempos provocada pelo encontro de todos esses trabalhos na Sala 3 pode ser materializada em "Coisas com tempo", gravura em metal impressa a partir de uma matriz produzida na década de 1980 e que vem sendo retrabalhada desde o ano passado. O processo consistiu em intervir com água tinta sobre a matriz gravada em diversos tons de preto e em formato de grid, aludindo a ideia de aprisionamento da imagem anterior, e após a impressão da gravura, trabalhar sobre o papel com a tinta Ecoline em cores como o amarelo ouro, o vermelho e o azul.
Para a segurança de todos e melhor controle do espaço, recomendamos que agende sua visita. Pedimos que nos envie um e-mail (info@galeriamarceloguarnieri.com.br)
com o seu nome completo indicando o dia e horário de sua preferência. A visitação poderá ser realizada de segunda a sexta-feira das 10h às 19h e sábado das 10h às 17h, respeitando todas as recomendações das autoridades de saúde, como o uso de máscaras e distanciamento social.
Flávia Ribeiro
Flávia Ribeiro nasceu em São Paulo em 1954, onde vive e trabalha. Frequentou a Escola Brasil, no início dos anos 1970, onde foi aluna de Carlos Fajardo, José Resende, Frederico Nasser e Luiz Paulo Baravelli. Em 1978, mudou-se para Londres, onde frequentou o curso de gravura na Slade School of Fine Art. Posteriormente, em 1996, voltou a morar em Londres com o apoio da Fundação Vitae e do British Council.
Principais exposições individuais: "Uma Circunstância", Instituto Figueiredo Ferraz, Ribeirão Preto, Brasil; "Mecânica", Projeto Parede, MAM, São Paulo, Brasil; "Atravessamentos", Galeria Millan, São Paulo, Brasil; "Gabinete de Leitura", Galeria vermelho, São Paulo, Brasil; "Reliquiae Rerum", Capela do Morumbi, São Paulo, Brasil.
Principais exposições coletivas: "Oito décadas de abstração informal", Museu de Arte Moderna, São Paulo, Brasil; "O espírito de cada época", IFF - Instituto Figueiredo Ferraz, Ribeirão Preto, Brasil; "Ouro", CBBB - Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro, Brasil; "18° Festival de Arte Contemporânea SESC_Videobrasil", SESC Pompéia, São Paulo, Brasil; "Gravura Extrema", Centre de la Gravure et de L’Image Imprimé, Bélgica; "Entre/Aberto", XI Bienal Internacional de Cuenca, Equador; "Gabinete de Desenho", Museu de Arte Moderna, São Paulo; "Modernos, Pós Modernos, Etc", Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, Brasil; "Calming the Clouds", The Foundation 3.14, Bergen, Noruega; "Arte Cidade III", Indústrias Matarazzo, São Paulo, Brasil; "V International Istambul Biennial", Imperial Mint, Istambul, Turquia; "A Little Object", Centre for Freudian Analysis and Research, Londres, Inglaterra; XX e XXIII Bienal Internacional de São Paulo, São Paulo, Brasil.
Coleções que possuem seus trabalhos: Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo, Brasil; Museu de Arte Moderna, Rio de Janeiro, Brasil; Coleção do Itamaraty, Brasília, Brasil; Museu de Arte Moderna, São Paulo, Brasil; Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães, Recife, Brasil; CACI, Centro de Arte Contemporânea Inhotim, Brumadinho, Minas Gerais, Brasil; Instituto Figueiredo Ferraz, Ribeirão Preto, Brasil.
Actualidad, 18 may de 2021
#Loquehayquever en Brasil: en su esperada reapertura
Por Gustavo Pérez Diez
El MASP (Sao Paulo) abre un bienio de "Historias Brasileñas" con una gran exposición individual de Conceição dos Bugres.
Formación. El 30 ene de 2025 / Fundación Juan March / Madrid, España