Nesta exposição, Conceição Abreu recria a ação de tecer de Penélope resultante dos seus mitemas: a espera, a métis e a tecitura.
Nesse processo criativo a que a artista deu o nome de entretecimento, as obras são realidades isoladas e formas sensíveis que se constituem como tecituras criadas a partir da sensação e da perceção. São resíduos materiais dos movimentos que acontecem na possibilidade de criar uma experiência subjetiva e um espaço relacional entre si mesma, o outro e o mundo. Desse movimento resulta um conhecimento incorporado — num entendimento de que conhecer, viver e fazer não são coisas separadas, mas que se constituem na sua reciprocidade.
A prática de Conceição Abreu realiza-se como experiência estética, no sentido em que objetiva dar visibilidade e acesso a novas configurações de um mundo comum, assim como modos de produção de conhecimento. Isto, intrinsecamente, constitui o seu trabalho artístico como atividade micropolítica derivado do...desejo de atuação como criação de narrativas próprias e / ou alternativas sobre a realidade percebida.
Entrada actualizada el el 01 abr de 2019
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