Descripción de la Exposición
A Kunsthalle Lissabon apresenta Collezioni Private, a exposição mais recente de Nathalie Du Pasquier e, apesar da sua longa carreira, a primeira exposição individual da artista em Portugal. A exposição estará patente de 25 de janeiro a 15 de abril de 2017.
1987 foi um ano de viragem na carreira de Nathalie Du Pasquier, uma vez que abandonou a sua carreira como designer para se dedicar completamente à pintura. Antes disso, em Milão, conheceu George Sowden e Ettore Sottsass e foi um dos membros fundadores do grupo Memphis, para o qual desenhou diversas "superfícies decoradas", inspiradas pelas suas viagens por África e pelo trabalho dos Wiener Werkstätte, do movimento Arts and Crafts e pela produção artística de Amédée Ozenfant, entre outros. A partir de 1987, redescobre momentos-chave da história da arte, tais como os frescos romanos ou o Novecento italiano e desenvolve gradualmente uma análise da relação entre a ideia de forma e a disciplina da pintura. O seu trabalho tem vindo assim a evoluir em direção a algo mais abstrato e menos reificado ou objetual, como forma de explorar a tensão existente entre as superfícies planas e a ilusão da perspetiva.
Collezioni Private é desenvolvida especificamente para a Kunsthalle Lissabon e apresenta uma nova série de desenhos, muito próximos a naturezas-mortas, que continuam o interesse de Du Pasquier pela expressividade das formas quotidianas e pela forma dos objetos domésticos. Conjuntos de objetos testemunham a bidimensionalidade da sua própria representação e sugerem a ambivalência da sua existência. Nesta série de desenhos a preto, cinzento e branco não existem sombras, nem fundos, nem perspetiva, sublinhando a forma ambígua como composições tridimensionais são representadas numa superfície plana.
Uma série de esculturas de parede, a que a artista se refere como "caixas de viagem", funcionam como apresentações de construções e composições abstratas e completam a exposição, materializando e tornando explícito o jogo aparentemente ilusório da perspetiva. Estas construções de madeira transportáveis, coleções privadas, de onde o titulo da exposição surge, constituem-se como pequenas exposições itinerantes e dão conta do interesse da artista pela sensação onírica do estar em viagem e, em conjunto com os desenhos, ecoam as nossas próprias coleções portáteis, emotivas e privadas.