Descripción de la Exposición
Uma imagem rememorada nunca é algo pronto. A matéria de que é feita é instável, permeável, muda a cada instante. Evocar uma imagem que pertence ao passado, recuperá-la, trazê-la até ao momento presente, é um exercício criativo dinâmico cujas variáveis escapam: é como tentar fixá-la numa superfície que se encontra em constante movimento. Clepsidra é um ensaio poético que tenta dar conta deste processo.
Parte-se, então, em direcção ao fundo de um arquivo de imagens fotográficas, um objecto que nos faz acreditar que é possível guardar intactas imagens-lembrança. Rapidamente se percebe que a dimensão cronológica rígida que costuma caracterizar estes objectos, quando submersos, desfaz-se. As imagens perdem a sua referência temporal e, a fronteira entre o que foi real e agora inventado, dilui-se.
Impregnado de subjectividade, o papel da imaginação é, aqui, determinante. Guiadas por um impulso, ora estético ora lúdico, algumas destas imagens emergem: uma proposta de leitura em que o espectador é convidado a entrar como num labirinto, sendo que é na sua própria memória que este vai encontrar a chave para a saída.
Exposición. Desde 17 sep de 2017 / Mosteiro de Tibães / Mire de Tibães, Braga, Portugal