Descripción de la Exposición
O trabalho global da artista, que iniciou a sua carreira em meados dos anos de 1980, tem como pólos temáticos memórias reais ou ficcionadas da sua própria vida, exprimindo-se plasticamente através de jogos intelectuais, emocionais e visuais: a concepção ou realização de puzzles, a invenção e percurso de labirintos visuais, a criação (em desenho ou escultura) de supostos ou verdadeiros exercícios geométrico-matemáticos.
Se ao desenho é deixada a maior parte da clareza possível do seu discurso, a pintura transmite-nos, através de uma forte densidade material e obscuridade cromática, a sua inquietação; finalmente, a escultura vive da apropriação e transformação (por fragmentação ou assemblage) de objectos banais, ou ainda da modelação de pesados e misteriosos volumes que reaparecem na pintura ou dela se libertam.
Esses volumes (pedras, casas, caixas…) são formalmente recorrentes no seu desenho (como o são os labirintos lineares) e também na sua pintura ou nas pequenas e maciças esculturas de bronze ou madeira; metaforicamente, parte significativa dos materiais de que a artista se apropria provém de ambientes domésticos (móveis, pavimentos, estruturas de suporte…); finalmente, parte fundamental dos temas que trabalha relacionam-se com a sua própria vida (roupa, comida, modelações do corpo, memórias de espaços vividos…).
Os trânsitos permanentes entre desenho e escultura concretizam-se nas suas últimas instalações (“Interior”, de 2022, apresentada na Giefarte, e nesta “Casas”, de 2024, na Sociedade Nacional de Belas-Artes), que são, fundamentalmente, desenhos desenvolvidos no espaço. Realizados através da assemblage de fragmentos metálicos (cantoneiras), de modo a criar uma rede labiríntica, neles Patrícia Garrido exacerba o tema de fundo dos seus trabalhos: a Casa e todas as declinações subjectivas e políticas (no sentido amplo dos termos, ou seja, abrangendo das questões de género à arquitectura, da vida interior à revisitação histórica) que o tema pode levantar.
Ao impedir totalmente (ou ao dificultar) a entrada do público nestas estruturas transparentes, a artista está, na realidade, a impedir o público de aceder a um universo que deseja manter secreto.
João Pinharanda
Exposición. 31 oct de 2024 - 09 feb de 2025 / Artium - Centro Museo Vasco de Arte Contemporáneo / Vitoria-Gasteiz, Álava, España
Formación. 16 nov de 2024 - 17 nov de 2024 / Bizkaia Aretoa / Bilbao, Vizcaya, España
La mirada feminista. Perspectivas feministas en las producciones artísticas y las teorías del arte