Descripción de la Exposición
A Cartografia do esquecimento (Cartografía do esquecemento) propõe uma reflexão sobre as consequências culturais da perda da floresta nativa galega. A destruição da Mata Atlântica resulta de diversas questões políticas, sociais, económicas e ecológicas, que afetam tanto a biodiversidade quanto a memória e identidade coletiva de grande parte da Galiza (Espanha).
O conjunto dos trabalhos é apresentado como um percurso geográfico com elementos que dialogam e remetem a uma cartografia, um diário de campo e um álbum de família que se desfazem ao mesmo ritmo que a floresta vai desaparecendo. A intenção é reinterpretar uma questão ampla desde um ponto de vista singular, subjetivo e lírico. A viagem começa nas florestas nativas por causa do seu valor histórico, paisagístico e cultural: dentro do mito galego, os 'castreños' (celtas) consideravam os carvalhos e os castanheiros sagrados, fontes de sabedoria e canais de comunicação para o além. A essência litúrgica das "carballeiras" (carvalhos) é evidente nos dias de hoje visto que são espaços muito utilizados para a celebrações e festividades, embora sejam também considerados espaços de lazer e desconexão. Assim sendo, são também lugares onde as memórias coletivas e individuais correm risco de extinção. A grandeza e a sacralidade da floresta nativa contemporânea são profanadas pela introdução do eucalipto, uma espécie invasora da Austrália usada para produzir pasta de celulose e biomassa. A exploração do eucalipto tem beneficiado a colonização rasteira da floresta galega, fruto do abandono e da falta de vontade política. As qualidades inflamáveis do eucalipto tornam-se um grande perigo durante os incêndios florestais, e o circuito fecha-se com cinzas, como resultado da destruição e erradicação de todos os vestígios. O eucalipto abre o caminho para o esquecimento; o fogo aumenta.
A cartografia do esquecimento surge de uma necessidade pessoal em expor um problema cada vez mais agravado pela falta de políticas florestais eficientes e pelo aquecimento global. É sobre introspeção, cura e reflexão em relação a um conflito interno que teve origem na conexão da família com a indústria florestal, nestas últimas décadas. Há uma certeza: a Mata Atlântica é um legado que ainda faz parte do nosso presente. Só não é certo que vá fazer parte do nosso futuro.
Ariadna Silva Fernández nasceu na A Estrada (Galiza, Espanha) em 1996. Tem um mestrado de Arte e Fotografia Documental pela TAI School (Madrid) e uma licenciatura em Comunicação Audiovisual pela Universitat Oberta de Catalunya. Ariadna foi selecionada no Canon Student Program 2017 do Visa pour l'image, Encontros de Artistas Novos 2018 e no Pa-ta-ta Photography Festival 2019. Em 2018 publicou o seu primeiro livro “Fillos do vento” (BANCO Editorial), uma história pessoal sobre “Rapa das Bestas’” em Sabucedo. Ariadna recebeu o prémio Xuventude Crea Award pela Junta da Galiza, recebeu também a bolsa Albarracín Grant com o seu trabalho “Cartografia do Esquecimento” e foi nomeada para o Loading Fest. O seu trabalho tem sido publicado em diversas fotografias contemporâneas de fotografia, entre outras na C41 Magazine, Float Magazine, Humble Arts Foundation, Clavoardiendo e Handbali Magazine. O seu trabalho pessoal deriva entre a fotografia e o vídeo arte. Nas duas disciplinas ela utiliza uma retórica documental, que aprofunda a sua relação com a natureza e a sua visão da mesma. Ariadna está também interessada no transitivo, na mudança e dúvida: esta prefer o desconhecido à evidencia.
Exposición. 17 sep de 2021 - 31 oct de 2021 / Mosteiro de Tibães / Mire de Tibães, Braga, Portugal
Exposición. 31 oct de 2024 - 09 feb de 2025 / Artium - Centro Museo Vasco de Arte Contemporáneo / Vitoria-Gasteiz, Álava, España